Espaço Valdocco 50 – O Oratório, casa que acolhe
14/08/2015Solenidade da Assunção de Nossa Senhora
15/08/2015Durante o inverno de 1842 Dom Bosco preocupou-se em consolidar o pequeno Oratório fundado em 08 de dezembro de 1841 com a acolhida ao jovem Bartolomeu Garelli. Embora sua finalidade fosse recolher somente os meninos em maior perigo, de preferência os que deixavam a cadeia, todavia, para ter uma base sobre a qual fundar a disciplina e a moralidade, Dom Bosco convidou alguns outros meninos de boa conduta e já instruídos. Eles o ajudavam a manter a ordem e também a entoar cantos sacros; percebeu assim, desde o princípio, que sem a distribuição de livros de canto e de leituras amenas, as reuniões seriam como um corpo sem alma.
Em 2 de fevereiro de 1842 o oratório já contava com uns 20 meninos, com os quais pode cantar, pela primeira vez, o “Louvemos Maria”. No final de março já eram 30 jovens. Na dia da Anunciação fez-se uma festinha e os meninos aproximaram-se dos santos sacramentos. Como o pequeno coro em que até então se reuniam havia se tornado muito acanhado, as reuniões passaram a acontecer na capela, perto da sacristia.
O Oratório funcionava assim: em todos os domingos e dias santos dava-se comodidade para se aproximarem dos santos sacramentos da Confissão e da Comunhão; marcava-se ainda um sábado e um domingo por mês para cumprir esse dever religioso. À tarde, em hora determinada, entoava-se um cântico, dava-se catecismo, em seguida explicava-se um trecho da Bíblia, com exemplos, e por vezes distribuía-se alguma coisa a todos, outras por sorteio.
De modo geral o Oratório compunha-se de canteiros, pedreiros, estucadores, calceteiros, rebocadores e de outros que vinham de povoados distantes. Como não conheciam as igrejas nem ninguém, expunham-se ao perigo de perverter-se, especialmente nos domingos.
O bom teólogo Guala e o padre Cafasso mostravam-se contentes com essas reuniões de meninos e forneciam a Dom Bosco, de bom grado, santinhos, folhetos, opúsculos, medalhas e crucifixos para presente. Por vezes proporcionavam recursos para vestir alguns dos mais necessitados e dar pão a outros por várias semanas, até que pudessem com o trabalho ganhar o próprio sustento.
Dom Bosco consagrava o domingo inteiro à assistência dos seus meninos; durante a semana ia visitá-los em seus trabalhos nas oficinas e fábricas. Isso muito consolava os rapazes, que viam um amigo interessar-se por eles. Todos os sábados Dom Bosco ia às prisões com os bolsos cheios de fumo, ou de frutas, ou de pãezinhos, sempre com o fito de atender aos rapazes que tinham a desgraça de serem encarcerados. Com esta assistência tornava-se amigo dos rapazes e conseguia que viessem ao Oratório ao deixarem a prisão.
ADAPTAÇÃO E LOCUÇÃO: Domingos Sávio