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11/11/2015As muitas coisas que se propalavam a respeito de Dom Bosco, especialmente sobre sua eventual loucura, começavam a inquietar a marquesa Barolo.
Um dia a marquesa assim disse a Dom Bosco: Estou muito contente com sua dedicação às minhas instituições. Entretanto digo que sinto bastante que as suas muitas ocupações lhe tenham prejudicado a saúde. Não é possível que possa continuar com a direção das minhas obras e com a dos meninos abandonados. Quero propor-lhe que se ocupe somente com o que é obrigação sua, isto é, com a direção do Pequeno Hospital, e não vá mais aos cárceres, e suspenda de todo sua preocupação pelos meninos.
Respondeu Dom Bosco: Senhora marquesa, Deus me ajudou até agora e não deixará de ajudar-
-me. Não se preocupe com o meu trabalho. Eu e o teólogo Borel faremos tudo.
Mas eu não posso permitir que o senhor se mate – disse a marquesa. Tantas e tão variadas ocupações, queira ou não, prejudicam sua saúde e minhas instituições. E depois, as vozes que correm acerca da sua saúde mental, a oposição das autoridades locais, obrigam-me a aconselhá-lo a deixar a obra dos meninos ou a obra do Refúgio. Pense e depois me dê a resposta.
Minha resposta já está pensada – disse Dom Bosco. A senhora tem dinheiro e com facilidade encontrará quantos padres quiser para sua obra. O mesmo não acontece com meus pobres meninos. Se me retirar agora, tudo irá por água abaixo; por isso, deixarei oficialmente o cargo e me dedicarei inteiramente aos meninos abandonados. Deus sempre me ajudou e ajudará também no futuro, inclusive financeiramente.
Mas sua saúde está definhando, a cabeça está cansada – disse a marquesa. Mergulhará em dívidas; virá procurar-me, e eu garanto desde agora que não lhe darei um tostão sequer para os seus meninos. Aceite meu conselho. Continuarei a dar-lhe seu salário, e, se quiser, aumento-o. Descanse e, quando estiver restabelecido, volte ao Refúgio, e será sempre bem-vindo. De outra sorte, coloca-me na desagradável necessidade de despedi-lo. Pense seriamente.
Já pensei – respondeu Dom Bosco. A minha vida está consagrada ao bem da juventude. Agradeço-lhe as ofertas que me faz, mas não posso afastar-me do caminho que a Providência me traçou.
Prefere então os seus vagabundos aos meus institutos? – disse-lhe a marquesa. Se é assim, está desde já despedido. Vou arranjar hoje mesmo um substituto.
Dom Bosco aceitou a decisão, abandonando-se ao que Deus quisesse dispor a seu respeito. Com isso espalhava-se cada vez mais insistente a voz de que Dom Bosco ficara louco. Seus amigos mostravam-se consternados. Todos mantinham-se afastados dele. O arcebispo deixava a coisa correr; o padre Cafasso aconselhava-o a contemporizar; o teólogo Borel silenciava. Assim, todos os seus colaboradores o deixaram só, com cerca de 400 meninos.
ADAPTAÇÃO E LOCUÇÃO: Domingos Sávio