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12/11/2015No último programa vimos que Dom Bosco havia sido expulso do Refúgio, com seus meninos, pela marquesa Barolo. Na tarde do último domingo em que pode organizar o Oratório no Refúgio, Dom Bosco contemplou a multidão de meninos a brincar, e pensava na messe abundante que se ia preparando para o sagrado ministério. Vendo-se agora tão só, sem colaboradores, com as forças esgotadas, saúde em estado deplorável, sem saber onde no futuro reunir seus meninos, sentiu-se profundamente comovido até às lágrimas.
Caminhando e erguendo os olhos ao céu, exclamou: Meu Deus, por que não me mostrais o lugar em que desejais que reúna esses meninos? Dai-me a conhecer ou dizei-me o que devo fazer.
Nem bem terminou esse desabafo, chegou um homem chamado Pancrácio Soave, dizendo-lhe: É verdade que está à procura de um lugar para construir um laboratório?
Dom Bosco respondeu: Laboratório, não. Oratório.
O homem, então, disse: O lugar existe, venha ver. É propriedade do senhor José Pinardi.
Tratava-se de um longo telheiro, que de um lado se apoiava na parede e do outro terminava cerca de 1 metro do chão. Podia servir apenas para depósito de material ou de lenha. Para entrar, eles tiveram de abaixar a cabeça, senão batiam com ela no teto.
– Não me serve; é muito baixo – disse Dom Bosco.
Mandarei ajeitar como quiser – replicou complacentemente Pinardi – Cavarei, farei degraus e outro pavimento, mas desejo muito mesmo que instale aqui o seu laboratório.
Não é laboratório, mas oratório, uma pequena igreja para reunir meninos – replicou Dom Bosco.
Disse-lhe, então, o senhor Pinardi: Com maior razão ainda. Prestar-me-ei até com mais boa vontade. Vamos fazer um contrato. Eu também sou cantor, virei ajudá-lo; trarei duas cadeiras, uma para mim, outra para minha mulher. Além disso, tenho um lampião lá em casa. Vou trazê-lo para cá.
Agradeço-lhe, bom amigo, a caridade e boa vontade – respondeu Dom Bosco – Aceito seus oferecimentos. Se puder rebaixar o chão pelo menos uns dois palmos (50 centímetros), aceito. Mas quanto vai querer?
Pinardi respondeu: Trezentos francos; oferecem-me mais, todavia prefiro o senhor porque quer destinar o local para benefício público e religião.
Dom Bosco disse, então: Dou-lhe 320, se me der também a faixa de terreno ao lado, para o recreio dos jovens; contanto que me prometa que domingo próximo eu possa vir para cá com meus meninos.
Certo, trato feito. Pode vir, que tudo estará arranjado – disse-lhe Pinardi.
No domingo seguinte, solenidade da Páscoa, 12 de abril, Dom Bosco e os seus meninos levaram para lá todos os apetrechos da igreja e dos jogos, e foram tomar posse do novo local.
ADAPTAÇÃO E LOCUÇÃO: Domingos Sávio