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12/11/2015Como havia um aluguel na casa Pinardi, com contrato formal, ali estabeleceram uma nova igreja. Apesar de extremamente pequena, livrava Dom Bosco do temor de dever emigrar a qualquer momento de um lugar para outro, com graves transtornos. Neste novo (e definitivo) lugar puderam superar todas as dificuldades iniciais de adaptação e começar a fazer com regularidade todas as reuniões.
O fato de dispor de local estável, os sinais de aprovação do arcebispo, as funções solenes, a música, a notícia da existência de um pátio para jogos, atraíam meninos de todos os cantos. Alguns padres começaram a voltar e ajudar Dom Bosco.
As atividades do dia-a-dia eram dispostas, quase sempre, da seguinte forma: confissões dos meninos, celebração da Missa, com comunhão para os meninos que se achavam preparados, explicação da Bíblia Sagrada, recreio com diversos tipos de jogos, catecismo, reza do terço, cantos sagrados, leitura dos salmos, canto das ladainhas e bênção do Santíssimo Sacramento.
Durante o recreio, no tempo livre fora da igreja, a maior parte dos meninos punha-se a saltar, correr e a divertir-se nos diversos jogos e passatempos. Os que se juntavam para saltos, corridas, cordas e barras moviam-se sob o comando de Dom Bosco, pois outrora ele havia aprendido isso tudo com os saltimbancos. Assim, era possível conter de alguma maneira aquela multidão de meninos. Dom Bosco servia-se daqueles agitados recreios para insinuar aos seus alunos pensamentos religiosos e convidá-los a frequentar os santos sacramentos. Com uma palavrinha ao ouvido recomendava a uns maior obediência ou maior pontualidade nos deveres; a outros, que tomassem parte no catecismo, viessem confessar-se e coisas parecidas. Por vezes tirava-os dos próprios brinquedos para levá-los ao confessionário, quando se mostravam arredios a esses importantes deveres.
Na hora de deixar o Oratório acontecia uma cena singular. Saindo da igreja, todos davam mil vezes boa-noite sem, contudo, abandonar o grupo dos colegas. Dom Bosco se cansava de repetir: Vão para casa, está anoitecendo, os pais estão esperando vocês.
Inutilmente. Era forçoso deixá-los reunidos. Seis dos mais fortes faziam com os braços uma cadeira, sobre a qual, à maneira de um trono, Dom Bosco era forçado a sentar. Formando então várias filas bem organizadas, transportavam Dom Bosco naquele estrado de braços, que emergia acima dos mais altos. Caminhavam cantando, rindo e gritando até a praça. Aí cantavam ainda algumas canções que se encerravam com o canto solene “Louvado seja sempre o Santíssimo Sacramento”. Fazia-se depois profundo silêncio e Dom Bosco então podia desejar a todos boa noite e boa semana. Respondiam, todos, a plenos pulmões: “Boa-noite!”. E assim cada um voltava para a própria família.
ADAPTAÇÃO E LOCUÇÃO: Domingos Sávio