Cartas de crianças ao Papa são reunidas em livro
13/11/2015Espaço Valdocco 63 – Sua mãe, Mamãe Margarida, toma uma grande decisão
15/11/2015Os muitos compromissos que Dom Bosco tinha nas prisões, no Hospital Cottolengo, no Refúgio, no Oratório e nas escolas obrigaram-no a trabalhar muito à noite. Por isso, sua saúde, de si mesma bastante precária, deteriorou-se ao ponto de os médicos aconselharem a abandonar qualquer ocupação. O teólogo Borel, que muito o estimava, mandou-o passar algum tempo no povoado chamado Sassi, para que se restabelecesse. Descansava durante a semana e no domingo ia trabalhar no Oratório. Mas não era suficiente. Grupos de rapazes sempre iam visitá-lo.
Após retornar para Valdocco, a sua saúde piorou, vindo a desmaiar. A doença manifestou-se como bronquite, à qual se juntou uma tosse e inflamação muito violenta. Em oito dias achava-se à beira da morte. Sentia abandonar seus meninos, mas estava contente por terminar seus dias após haver dado forma estável ao Oratório. Assim que se espalhou a notícia de que a doença era grave, foi geral e intensa a consternação. Não podia ser maior. A cada momento turmas de meninos em lágrimas batiam à porta para informar-se da doença. Quanto mais notícias se davam, mais ainda queriam saber. Os meninos, espontaneamente, rezavam, jejuavam, ouviam missas, faziam comunhões. Alternavam-se para passar a noite e o dia em oração diante da imagem de Nossa Senhora da Consolata. Pela manhã acendiam velas, e até noite alta ficavam, sempre em número considerável, a rezar e suplicar à augusta Mãe de Deus que conservasse o pobre Dom Bosco. Alguns, inclusive, fizeram voto de rezar o rosário inteiro por um mês, por um ano, por toda a vida.
Deus os ouviu. Era um sábado à tarde e acreditava-se que aquela noite seria a última da vida de Dom Bosco. Assim diziam os médicos que vieram examiná-lo. Já bem tarde da noite sentiu vontade de dormir. Adormeceu. E acordou fora de perigo. Quando pela manhã os doutores o visitaram, disseram que fosse agradecer a Nossa Senhora da Consolata a graça recebida.
Seus jovens não podiam acreditar se não o vissem. E, tomados de grande comoção, o viram de fato lá no Oratório.
Dom Bosco foi passar alguns dias de convalescença em casa de sua família, na cidade de Murialdo. Todos o aconselharam a passar pelo menos um ano fora de Turim, em lugares desconhecidos, para tentar recuperar a saúde de antes. Mas como isso seria penoso demais para ele, deixaram-no voltar ao Oratório com a obrigação de não confessar nem pregar durante dois anos. Desobedeceu. De volta ao Oratório, continuou a trabalhar como antes, e por vinte e sete anos não precisou de médicos nem de remédios.
ADAPTAÇÃO E LOCUÇÃO: Domingos Sávio