Espaço Valdocco 8 – Um sonho que envia um pastor para os jovens.
09/11/2014Espaço Valdocco 10 – Deus tomou posse do teu coração.
13/11/2014Como vimos nos últimos textos, o período entre os nove e os dez anos de Dom Bosco foi marcado por aquele grande sonho, com aquele “homem venerando vestido de branco” e aquela “senhora de aspecto majestoso”.
Este sonho, como o próprio Dom Bosco escreveu, ficou profundamente gravado em sua mente e condicionou a sua maneira de viver e de pensar. Mesmo preferindo ficar com a opinião de sua avó, de não se importar com o sonho, Joãozinho de uma certa forma começa a colocá-lo em prática. Os seus primeiros destinatários são os seus próprios vizinhos, seus amigos jovens que viviam nas redondezas dos Becchi.
Nas “Memórias do Oratório de São Francisco de Sales”, Dom Bosco narra que “aos 10 anos fazia o que era compatível com essa idade: uma espécie de oratório festivo […] “Eu era ainda muito pequenino, e já estudava o caráter dos meus companheiros. Olhando para o rosto de um deles, quase sempre descobria os propósitos que lhe iam no coração. Era por isso muito querido e respeitado pelos da minha idade”.
Ainda nas memórias, Dom Bosco lembra que quando menino, durante o inverno, reunia os seus vizinhos no estábulo para ler algumas histórias de livros que o Pe. Lacqua, seu professor, lhe emprestava. E completa: “antes e depois das minhas histórias, todos fazíamos o Sinal-da-Cruz e rezávamos a Ave-Maria”.
Mas a temperatura esquenta? Como atrair os seus amigos para reuni-los? Joãozinho Bosco se encantava com os saltimbancos da feira que havia na vila vizinha aos Becchi. O povo todo se amontoava para assistir os números dos prestidigitadores e acrobatas. É suficiente para o jovem Bosco concluir que ele precisava aprender a fazer estas coisas para continuar fazendo as suas reuniões, mesmo durante a primavera e o verão.
Exercitava-se todos os dias até aprender a tirar coelhos da cartola e caminhar sobre a corda. Foram meses de treino, de constância e de tombos também. Nas Memórias, Dom Bosco declara que “aos 11 anos fazia jogos de prestidigitação, dava saltos mortais, imitava a andorinha, andava com as mãos, caminhava, saltava e dançava na corda como um saltimbanco profissional”.
O final das apresentações era o mesmo que o final das histórias do tempo do inverno. João tirava um terço do bolso, se punha de joelhos e convidava todos a rezar. Ou senão, repetia o sermão que tinha ouvido pela manhã. Participar deste momento era o único pagamento que Joãozinho exigia de sua plateia. Depois, todos voltavam para a casa.
Para continuar indo à feira e aprender números novos, conseguia algumas moedas com a sua mãe ou com outras pessoas. Deixava de comprar doces ou outras coisas que qualquer criança gosta para economizar e ter o suficiente para assistir as apresentações dos saltimbancos.
Por falar em Mamãe Margarida, o que ela achava de tudo isso? Dom Bosco conta que “ela sabia de tudo, observava e me deixava agir. E se tinha necessidade de algo, dava com gosto”.
E assim foi que Dom Bosco, apenas um menino ainda, começou a evangelizar os seus amigos. Essa experiência começa a amadurecer a vocação de Joãozinho Bosco. Ao ser ouvido e querido pelos seus amigos, ele percebe que pode ajudá-los a serem pessoas melhores. E coloca todo o seu empenho nesta tarefa!
TEXTO: Pe. Glauco Félix Teixeira Landim, SDB
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ADAPTAÇÃO E LOCUÇÃO: Domingos Sávio