Papa: não nos resignar à separação e ao distanciamento
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01/11/2016Celebramos o Dia de Todos os Santos, que constitui a identidade do cristão, porque todos nós somos chamados para viver a perfeição, mesmo em situação de vulnerabilidade. Não é ser santo depois da morte, mas na história normal da vida de cada pessoa. Fomos criados para fazer o bem, praticar a justiça e viver a liberdade com atitude de responsabilidade. É daí que vem a santidade.
Os chamados “santos canonizados” chegaram a isso por alguma iniciativa, que exigiu um penoso caminho para provar os fatos que marcaram sua trajetória, que confirmam frutos de sua santidade. Significa um reconhecimento público e oficial por parte da Igreja. A partir daí suas imagens podem ser colocadas nos altares para que sejam veneradas pelos devotos, chamados a seguir seus passos.
A santidade é um dom de Deus, mas depende do bom uso da liberdade humana. Supõe discernimento no meio de inúmeros deuses da cultura consumista, que privilegia o “deus mercado” sem considerar o valor e a dignidade do ser humano. A vida deixa de ser o mais importante e é sacrificada para aumentar o bolo acumulado. Isto está muito visível nas finalidades da PEC 241, em votação.
Ser santo é ser vencedor, é ser como aquele que não se deixa levar pelas instigações da sociedade anticristã, que tem na sua base os mecanismos escusos e aliados às práticas que não condizem com os ensinamentos de Jesus Cristo. Portanto, a santidade é consequência de uma opção de vida, de compromissos concretos com o bem comum e com o bem da humanidade.
O mundo, distante do Pai, não é capaz de entender a dimensão da santidade, porque ela vai além do simples “gozar a vida”, do bem estar pessoal proclamado a todo instante pela grande mídia. É a convicção do encontro e da comunhão com Jesus Cristo que faz as pessoas se distanciarem do mal, daquilo que impede a vinculação com o número das pessoas realmente santas.
Nas bem-aventuranças do Evangelho, Jesus disse que nos bem-aventurados acontece o Reino de Deus. Esse Reino está presente na terra e tem sua plenitude na eternidade (cf Mt 5,1-12). Não é feliz e não tem o Reino quem tem tudo no mundo, faz as coisas para tapear os outros e não tem a si mesmo. O Reino tem o indicativo da cruz, do sofrimento e das perseguições.
Por Dom Paulo Mendes Peixoto – Arcebispo de Uberaba