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Dia 24 de junho festeja-se o nascimento de São João Batista, o precursor de Jesus Cristo. Muitas festas populares existem inspiradas nesta data. O evangelista São Lucas 1,57-66 relata divergências na escolha do nome para a criança recém-nascida. Os vizinhos e parentes querem um nome já consagrado na família, mas seus pais não. Por fim, Zacarias escreveu: “João é o seu nome”. É o desafio dos pais quando precisam discernir o nome do filho. O que é um nome? Por que ter nome?
O nome proporciona uma identidade para a pessoa. Ela sai do anonimato ou da quantidade tornando-se única. Lembremo-nos dos campos de concentração nazistas onde os prisioneiros ao ingressarem perdiam a identidade e era-lhes impresso, com ferro incandescente, na pele um número. Era a primeira medida de tortura para desonrar o prisioneiro e torná-lo anônimo.
O nome faz com que a pessoa seja nominável ou invocável de modo que se possa estabelecer relações. Por meio do nome, o outro entra na estrutura das minhas relações humanas, a ponto de eu poder chamá-lo. O nome significa e cria, portanto, entrosamento e inclusão na estrutura das relações sociais. Poder ser chamado permite estabelecer a coexistência com aquele que o chama pelo nome.
Revelar o próprio nome é dar-se a conhecer aos outros. É entregar-se a si mesmo tornando-se acessível, capaz de ser conhecido mais intimamente e de ser chamado pessoalmente. A essência da pessoa revela-se, pois no encontro com o outro me conheço e me torno conhecido.
O segundo mandamento manda respeitar o nome de Deus. Na história da salvação, para se relacionar com os humanos, Deus se apresentou com um nome para não ficar um mero “Ser Supremo”. O dom do nome pertence a ordem da confiança e da intimidade, por isso só deve ser usado para bendizê-lo, louvá-lo e glorificá-lo. Os homens conhecendo o nome Deus fez com que Ele começasse a coexistir com a humanidade.
O Catecismo da Igreja Católica ensina: “O nome de todo homem é sagrado. O nome é o ícone da pessoa. Exige respeito, em sinal da dignidade de quem o leva” (n.2158). Assim como o nome de Deus deve ser respeitado, da mesma forma o nome de todo ser humano merece reverência. De muitas maneiras o nome das pessoas pode ser profanado. Apelidos pejorativos que substituem o nome e a identidade; invocar o nome de alguém como garantia de veracidade de uma mentira, falsificação de assinaturas.
Os pais têm uma grande e nobre responsabilidade na escolha do nome dos filhos, pois eles serão chamados por toda vida pelo nome recebido. Por isso recomenda-se aos pais cristãos que se inspirem em nomes de santos, bíblicos, ou que exprimam virtudes cristãs. É um ato de amor dar um nome com o qual seu portador sinta-se feliz e confortável.
Por Dom Rodolfo Luís Weber – Arcebispo de Passo Fundo