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Caminho é o livro fruto de uma atividade sacerdotal que São Josemaría Escrivá escreveu. Entre outros temas, nessa obra, o santo traz diversas considerações sobre as “pequenas coisas”, sendo, a primeira delas: “Fazei tudo por Amor. Assim não há coisas pequenas: tudo é grande. A perseverança nas pequenas coisas, por Amor, é heroísmo”. Cada uma das considerações sobre o tema me fez refletir sobre esse tempo de quarentena em que nossas atividades e obras estão limitadas.
Excetuados os profissionais da saúde e de serviços essenciais, protagonistas das grandes coisas (que lhes são cotidianas), nós que estamos limitados às nossas próprias casas, devemos nos ater as pequenas coisas. São Josemaría Escrivá orienta que: “Persevera no cumprimento exato das obrigações de agora. – Esse trabalho – humilde, monótono, pequeno – é oração plasmada em obras que te preparam para receber a graça do outro trabalho – grande, vasto e profundo – com que sonhas”.
Neste momento de quarentena, o ficar em casa é a exata obrigação de agora, por mais que seja tedioso e que desorganize a rotina, principalmente para aqueles que nunca trabalharam em home office, a graça que esse ato nos trará é a superação desta crise na saúde com um menor número de vítimas e com nossas famílias e amigos saudáveis.
Qual exercício praticar durante a quarentena?
Embora recolhidos em nossos lares, são muitas as “pequenas coisas” que podemos praticar. A oração, a leitura bíblica, o estudo da doutrina católica, o diálogo com os familiares e várias outras que, talvez, há muito tempo foram deixadas de lado, em razão de uma rotina tumultuada. Mesmo uma ligação para um amigo ou familiar pode resultar em grande alegria para quem à recebe. E as novas tecnologias nos permitem várias formas de contato: por voz, vídeo ou mensagem. O importante é a demonstração de carinho. Nas palavras de São Josemaría Escrivá: “Um pequeno ato, feito por Amor, quanto não vale!”.
Portanto, não se deixe tomar pela angústia desse tempo de incerteza. Mesmo restrito à própria casa, não se isole dos amigos e da família. O santo nos questiona: “Já paraste a considerar a enorme soma que podem vir a dar ‘muitos poucos’?”. Então, vos pergunto: “já considerou a enorme boa ação de um pouco de oração, de um pouco de estudo, de um pouco de diálogo, principalmente neste momento de isolamento?”.
Abasteça-se de pensamentos bons e positivos
Afasta de ti esses pensamentos de solidão e impotência. Vê nas pequenas coisas as boas obras que pode empreender. Não digas que não pode sair, lembre-se de que deves ficar. Não pense que não há o que fazer, mas no quanto pode alcançar com um pouco por vez. Resista aos pensamentos negativos e mantenha o foco no fazer, no construir e nas boas obras. Faça sua oração e tenha, na bênção de Deus, a certeza de que superará as dúvidas que essa pandemia trouxe consigo. Evite o excesso de informação que tem lhe causado angústia. Atente-se à fontes de notícias confiáveis, que visam o bem maior e não a mera audiência e o sensacionalismo.
Sejamos, assim, um pequeno parafuso, como o santo nos aconselha: “Não sejas… bobo. É verdade que fazes o papel – quando muito – de um pequeno parafuso nessa grande empresa de Cristo. Mas sabes o que significa o parafuso não apertar o suficiente ou saltar fora do seu lugar? Cederão as peças de maior tamanho ou cairão sem dentes as rodas. Ter-se-á dificultado o trabalho. – Talvez, se inutilize toda a maquinaria. Que grande coisa é ser um pequeno parafuso!”. Que assim seja.
REFERÊNCIAS:
ESCRIVÁ DE BALAGUER, Josemaría. Caminho – 9ª ed. – São Paulo: Quadrante. 1999.
Por Luis Gustavo Conde, via Canção Nova