Papa fará Catequese sobre Madre Teresa, na véspera da canonização
01/09/20165ª-feira da 22ª Semana Tempo Comum
01/09/2016Neste Ano Santo do Jubileu da Misericórdia, a Igreja Católica no Brasil nos propõe, no Mês da Bíblia, um estudo sobre o livro do profeta Miqueias. Ele era natural de Moréchet, um pequeno povoado de Judá, distante cerca de 35 km de Jerusalém. Viveu entre 740 e 700 a.C. Sabemos pouco da sua realidade social; devia ser alguém ligado à agricultura, pois as suas críticas contra os nobres da época fazem supor que ele era um pequeno proprietário ou um trabalhador da terra. O seu nome significa: “Quem é como o Senhor”.
O Mês da Bíblia deste ano traz como lema: “Praticar o direito, amar a misericórdia e caminhar humildemente com Deus”, baseado no texto do livro de Miqueias (Mq 6,8). Miqueias viveu em um momento difícil da história do povo de Deus e do próprio país. Foi um tempo marcado por invasões militares estrangeiras, por problemas de ordem militar, política e social. Esta realidade tão complexa que afetava diretamente a vida do povo é externada na voz profética de Miqueias. Ele nos dá uma visão pessimista de uma sociedade marcada pela situação de penúria das viúvas e dos órfãos desamparados e sem patrimônio, frente à ambição desmedida dos dirigentes. A corrupção, a injustiça e a falsidade assolavam o país e a desconfiança era geral, mesmo no interior da própria família.
Miqueias, com suas palavras proféticas, torna-se um dos grandes defensores da justiça. Preocupa-se com a situação daqueles que, espoliados dos seus bens e humilhados diante da situação social, se convertem em presas fáceis na mão de pessoas inescrupulosas. Estes são os que se baseiam no automatismo das promessas divinas, os que pensam estar seguros, enquanto o povo é vítima dos desmandos.
Diante desta situação, Deus não pode ficar impassível. Por isso, Miqueias anuncia o castigo contra aqueles que cometem injustiças e arbitrariedades que fazem sofrer os mais desprotegidos. Miqueias é um homem que confia na ação de Deus e nas suas promessas. Por isso, proclama a esperança num futuro de justiça, que será alcançado percorrendo o caminho da humildade que leva à conversão e à salvação.
Por Dom José Gislon – Bispo de Erexim