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Disse Jesus: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida” (Jo 14,6a). Ao colocar essas afirmações, Ele consegue condensar e sintetizar o processo de santificação, de humanização, de divinização e de cura. Ele mostra como pode fazer um processo de cura do homem como um todo, porque a grande meta de Jesus é que todos sejamos perdoados, regenerados e inteiramente curados.
Jesus se diz o Caminho, que implica para todos nós cristãos, para todos aqueles que de fato querem chegar ao Pai, uma porta estreita, difícil de passar (cf. Jo 10,9). Ninguém vai ao Pai se não passar por Jesus, e para passar por Jesus é necessário entender sua proposta.
O Caminho
O Caminho significa seguir os Seus passos, assumir as consequências do discipulado. Simboliza resignação, esvaziamento, obediência a Deus. Significa aceitar a perseguição. O Caminho é carregar a cruz, o Caminho é Jesus Cristo.
A Verdade
Nós encontramos a Verdade nos ensinamentos de Jesus Cristo, nas suas ações, na sua forma de agir. A verdade que contrapõe é uma verdade falsa, é a verdade do mundo. Estamos no mundo, mas não somos do mundo (cf. Jo 17,14ss).
A Verdade que é colocada diante de cada um de nós, de mim a cada dia nestes 25 anos de sacerdócio, de você cristão e que está diante de nós para que não erremos nas nossas opções e decisões é: a Verdade é Jesus. A Verdade que não nos deixa recuar, que nos faz caminhar certo.
A Vida
“Eu sou a Vida”, disse Jesus. Quando se perde a vida plena de Deus somos prisioneiros de nossas paixões. A vida que Deus nos propõe em Jesus Cristo nos faz livres, mais donos de nós mesmos. A Vida em Cristo é liberdade diante de nossos próprios apetites, de nossas próprias paixões e de nossos próprios vícios. É a liberdade de escolhas, que o Apóstolo Paulo ilustrou muito bem ao dizer: “Tudo me é permitido, mas nem tudo convém. Tudo me é permitido, mas eu não me deixarei dominar por coisa alguma” (1Cor 6,12). Por isso é um caminho de santificação e humanização.
O Caminho, a Verdade e a Vida
Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. São três palavras que nós não deveríamos escrever, mas tatuar em nossos corações, em nossa mente, em nossa alma. Desculpe a palavra tatuar, mas é a que eu acredito que seja mais oportuna.
O Apóstolo Felipe foi aquele que, como nós, nos momentos de dificuldades pediu: “Mostra-nos o Pai” (cf. Jo 14,8). Um pedido até inocente e estaria tudo certo se a resposta de Jesus não fosse: “Ninguém vai ao Pai, senão por mim” (Jo 14,6b). Repito, Ele é a porta estreita que temos que atravessar. Felipe representa exatamente a nossa busca de Deus sem Jesus, do Criador sem o Redentor, do Todo-Poderoso sem a encarnação. Por isso, Felipe representa um pouco de cada um de nós, na nossa limitação de fé.
Se estamos buscando a santidade, temos que nos perguntar: o Caminho, a Verdade e a Vida são para nós realmente um modelo de discipulado e de vida?
Esta é a vontade de Deus: a vossa santificação (1Ts 4,3). Que Ele em Jesus, com a intercessão de todos os santos, nos ajude a buscar e viver a santidade.
Por Padre Reginaldo Manzotti , via Aleteia