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“Vós sois um em Cristo Jesus”. Essa frase faz referência a um texto da carta de São Paulo aos Gálatas, dizia ele: “Todos vós sois um só, em Cristo Jesus” (Gl 3,28). É nessa perspectiva, não contrária ao contexto, que faremos uma breve reflexão sobre o Dia da Consciência Negra. O ponto de partida é, o fato de que, em Cristo, nós somos um; e, n’Ele não há acepção de pessoas. Embebidos por esse pensamento bíblico, vamos ao nosso tema.
Desde criança aprendemos que, nós, humanos, somos da espécie Homo Sapiens. Somos todos humanos; todos da mesma espécie; alguns com cores e traços diferentes, porém, todos humanos. Se fôssemos falar de raça, poderíamos dizer: o que existe é a “raça” humana e não a “raça negra, branca ou amarela”. Somos todos da “raça” humana, mas cada um com suas próprias características.
Aqui, no Brasil, o Dia da Consciência Negra é simbólico e expressa que não se pode discriminar pessoas por conta da cor da pele ou por terem ascendência africana. Sabemos que, no Brasil, tal ato “constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei”, é o que afirma o art. 5, inc. XLII da Constituição Federal de 88.
Por que, no Brasil, há um Dia da Consciência Negra?
O Dia da Consciência Negra existe porque os vestígios do período da escravidão permanecem ainda hoje. Se olharmos às pesquisas e aos dados do IBGE, veremos que há uma grande diferença e desvantagem entre as pessoas que se declaram de “cor preta” em relação àquelas se declaram de ”cor branca”. Isso, principalmente, no mercado de trabalho. Por que isso acontece?
Porque encerrou-se o regime escravagista, mas não as consequências do mesmo. Esse dia é uma chamada de atenção para que todos nós entendamos que somos diferentes, contudo, membros da mesma família humana. Cabe recordar que: o dia 20 de novembro foi escolhido como o Dia da Consciência Negra, em homenagem a um líder negro chamado Zumbi, pois nessa mesma data ele foi morto.
Superar os estereótipos
Somos diferentes, entretanto, todos irmãos e merecedores das mesmas oportunidades. Os estereótipos de superioridade e inferioridade precisam ser superados. A ideia de que a cor define o caráter da pessoa é idiotice, coisas do tipo: “todo preto é bandido” ou “todo branco tem boa vida” são estereótipos. Sabemos que não é assim, contudo, esses estereótipos são mais prejudiciais quando pensamos no primeiro exemplo.
É evidente que, estamos longe de vermos as pessoas tendo as mesmas oportunidades. Existem questões históricas que atingem os mencionados com uma discrepância socioeconômica muito grande; tampouco se precisaria de políticas de cotas, se não existissem essas diferenças, porém, infelizmente, elas existem.
O objetivo do Dia da Consciência Negra não é o de reduzir toda a reflexão a um dia determinado. Esse dia tem o intuito de mostrar que: todos devem ser tratados sempre com a mesma dignidade. Seja no Dia da Consciência Negra ou não. Que ninguém seja impedido de se destacar em determinadas atividades ou fiquem restritos apenas em algumas, por conta da cor da pele. Isso não pode definir papéis, e sim a competência e o esforço de cada pessoa.
Somente se superarmos os estereótipos e os preconceitos, cada um será capaz de ser o que realmente é, sem se reduzir ao que os outros desejam impor ou ao que pensam.
Deus abençoe!
Por Pe Edison de Oliveira, via Canção Nova