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Um dos dons do Espírito Santo é “temor do Senhor”. Entretanto, esse é um dos “presentes” mais confusos que poderíamos receber. À primeira vista, parece que devemos ter medo de Deus, como se ele fosse injusto, pronto para atacar um servo que faz algo errado.
Pode ser tentador, portanto, ver Deus como uma figura de “Zeus”, sentado em seu trono alto, olhando para nós, pronto para atingir um pecador com seu relâmpago!
Nesse contexto, viver com “temor” de Deus significa constantemente se esconder de dele, com medo de Deus e de sua ira. No entanto, não é isso que a Igreja quer dizer quando fala sobre “temor do Senhor”.
O Papa Francisco fez uma excelente reflexão sobre este dom do Espírito Santo durante uma audiência geral em 2014, explicando o verdadeiro significado desta frase”
“O dom do temor do Senhor, de que falamos hoje, conclui a série dos sete dons do Espírito Santo. Não significa ter medo de Deus: sabemos bem que Deus é Pai, que nos ama e quer a nossa salvação, e sempre perdoa, sempre; portanto, não há razão para ter medo dele!”
Ter medo de Deus faz mal
Ter “medo” de Deus faz mais mal do que bem, e não é disso que a Igreja está falando.
O temor do Senhor, ao contrário, é o dom do Espírito Santo por meio do qual nos lembramos de como somos pequenos diante de Deus e de seu amor e que o nosso bem reside no abandono humilde, respeitoso e confiante em suas mãos. Este, portanto, é o temor do Senhor: o abandono na bondade de nosso Pai que tanto nos ama.
É, de fato, mais sobre reconhecer o amor que Deus tem por nós e a imensidão de sua bondade. Isso pode parecer contradizer a frase, mas não é. O Papa Francisco explica ainda como o “medo” vem de um relacionamento de amor com Deus:
“Quando somos permeados pelo temor do Senhor, então somos levados a seguir o Senhor com humildade, docilidade e obediência. Esta, porém, não é uma atitude de resignação, passividade ou arrependimento, mas de maravilha e alegria de ser um filho que sabe que é servido e amado pelo Pai. O temor do Senhor, portanto, não nos torna cristãos tímidos e submissos, mas desperta em nós coragem e força! É um presente que nos torna cristãos convictos, entusiastas, que não se submetem ao Senhor por medo, mas porque somos movidos e conquistados pelo seu amor! Para ser conquistado pelo amor de Deus! Isso é uma coisa linda. Deixar-se conquistar por este amor de pai que tanto nos ama, nos ama de todo o coração.”
Devemos, então pensar nisso vermos Deus como um pai amoroso. O temor do Senhor não deve criar ansiedade dentro de nós. Em vez disso, deve nos estimular a amar mais a Deus e a confiar em sua preocupação amorosa por nós.
Via Aleteia