CNBB saúda dom Orlando, novo Bispo de Aparecida
16/11/20165ª-feira da 33ª Semana Tempo Comum
17/11/2016Ao invés de exercer domínio, impondo cargas pesadas e impostos para o povo, o reinado de Cristo é o de aliviar todo ser humano de suas amarguras, situações danosas, infortúnios e limites. Quem se deixa governar por Ele renuncia a tantas opções limitadas e se liberta do aprisionamento dos instintos para atingir um ideal de vida realizadora. É como um tesouro a ser adquirido na dinâmica da ascese ou exercitação, a exemplo de quem se prepara com exercícios próprios para uma competição esportiva. Sem exercitação não se corre ou joga bem.
Para deixar Deus reinar na própria vida, a pessoa deve aproximar-se dele e facilitar sua entrada em sua existência para desenvolver as próprias capacidades a serviço de inclusão do semelhante na vida digna. Sabe cooperar com causas de promoção do bem comum, da defesa do meio ambiente e da família, com meios de sustentabilidade material, psicológica e espiritual.
O reinado divino não se dá com a imposição de força, pois, ele é libertador. Por isso mesmo, não é impositivo. É modelar, do jeito humano, pois, Deus se tornou humano conosco e nos ensina a formar um reinado humanizado, cheio de justiça, solidariedade, mútua cooperação e promotor da paz.
Na perspectiva humana do reinado divino, há que se implantar: a atitude de serviço de cada um dentro da vocação de amar e servir (Jesus mostra que veio servir); a atitude de dar de si para a inclusão social (Jesus foi o maior exemplo de inclusão social dos mais fragilizados); atitude de misericórdia (Jesus mostrou como Deus é misericordioso, por exemplo, nas parábolas do filho pródigo, do bom samaritano, da ovelha perdida); atitude de perdão (Jesus deu o exemplo de não condenação à pecadora pública); a atitude de dar-se totalmente e sacrificar-se pelo bem de todos (Jesus deu a própria vida e, do alto da cruz, pediu o perdão ao Pai para seus algozes)…
Se governos e povos da terra fizessem políticas dentro da perspectiva do reinado de Deus, superaríamos as guerras, os assassinatos, o acúmulo de riquezas em mãos de elites privilegiadas e pobreza extrema do outro lado, miséria, fome, massacre da família, exclusões sociais, discriminações…
É possível criar-se nova mentalidade na caminhada terrestre se realmente os cristãos e todas as pessoas de boa consciência e vontade se unirem, em verdadeira missão, para a prática do altruísmo e do verdadeiro amor. Onde reina Deus o amor vence!
Por Dom José Alberto Moura – Arcebispo de Montes Claros (MG)