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17/10/2018
Quem não passa por grandes dificuldades na vida? Mas isso não pode ser causador de desânimo, de abatimento e de perda de esperança. Não existe na caminhada da história alguém que só tenha experimentado zona de facilidades. Não importa o tipo de classe social e econômica vivida pela pessoa. O importante é a capacidade de resistência e de enfrentamento nos momentos decisivos.
Temos inúmeros exemplos de resistência. Pessoas decididas que encaram os problemas como fazendo parte do contexto da vida. Suas atitudes são motivadoras para muita gente. Assim agiu Jesus no caminho da cruz, mesmo dizendo, “Pai, afasta de mim este cálice” (cf. Lc 22,42), mas assumiu e resistiu com coragem sua missão, sabendo que seu fim seria a morte cruenta e sofredora na cruz.
Da mesma forma podemos falar do momento brasileiro. O fato de existir infidelidade da parte dos políticos não significa que os cidadãos devam ter atitudes de ostracismo e descompromisso com o momento eleitoral. O eleitor precisa ser resistente e ter coragem de cobrar nos momentos certos. A responsabilidade é muito grande, porque está em jogo a vida da população brasileira.
Os partidos políticos apresentam propostas, às vezes até importantes para o país. Mas correm o perigo de tudo ficar apenas no papel e sem empenho e esforço para sua execução. Não é suficiente votar em determinados candidatos para conduzir o destino da Nação. Eles devem ser cobrados na prática da transparência e do trabalho por um Brasil que seja realmente pátria de todos os cidadãos.
Estamos em um momento de disputa de poder. Entre os discípulos de Jesus também foi assim. É o que fizeram dois irmãos na disputa para ocupar os primeiros lugares ao lado do Mestre (cf. Mc 10,35-37). Mas poder para Jesus significa serviço. É justamente o que a população brasileira espera dos eleitos, sendo resistentes na realização do bem e de uma cultura de paz.
A expectativa é de que os novos governantes sejam compassivos com a classe mais sofrida, superem a prática da corrupção e criem oportunidades para que as pessoas encontrem seu caminho de construção de vida feliz. Mesmo sabendo que não há salvador da pátria, mas há condição da construção de um mundo diferente, mais humano, menos violento e marcado pela prática da fraternidade.
Por Dom Paulo Mendes Peixoto – Arcebispo de Uberaba, via CNBB