ÚLTIMOS DIAS ANTES DO NATAL – 22 de dezembro Advento
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22/12/2016Nascida a 17 de julho de 1850 em S. Ângelo Lodigiano, de uma família de agricultores, tinha bebido do ambiente e das pessoas que a cercavam, uma fé autêntica, vivida cotidianamente. Francisca Cabrini foi a penúltima de quinze filhos de Antônio e Estela. Desde pequena se entusiasmava ao ler a vida dos santos. A preferida era a de são Francisco Xavier, a quem venerou tanto que assumiu seu sobrenome, autointitulando-se Xavier. Sua infância e adolescência foram tristes e simples, cheia de sacrifícios e pesares.
Franzina, de saúde fraca, não conseguiu ser aceita nos conventos. Apesar disso, era dona de uma alma grandiosa, digna de figurar entre os santos. Assim pode ser definida santa Francisca Cabrini, com sua vida voltada somente para a caridade e o bem do próximo.
Sua formação pessoal e profissional desenvolveu-se nos anos das guerras da independência e das lutas políticas, que trouxeram a unificação da Itália; lutam que sacudiram também o quieto curso da vida provinciana e nela inseriram elementos insatisfeitos e contrastes entre grupos opostos.
Foi educada com firmeza e fidelidade aos princípios da fé, na obediência à Igreja e aos seus representantes e sua fé tornou-se para ela em estilo de vida, sempre animado e alimentado pelo vivo desejo de transmitir a riqueza do conhecimento de Cristo e de sua mensagem de amor e salvação. Como professora teve sempre em mira a formação da pessoa, cuidando do desenvolvimento dos valores humanos e cristãos com o método da simplicidade e da clareza, do respeito ao outro, que procura convencer, sem impor.
Francisca, porém, gostava tanto de ler e se aplicava de tal forma nos estudos que seus pais fizeram o possível para que ela pudesse tornar-se professora.
Mal se viu formada, porém, encontrou-se órfã. No prazo de um ano perdeu o pai e a mãe. Enquanto lecionava e atuava em obras de caridade em sua cidade, acalentava o sonho de entregar-se de vez à vida religiosa. Aos poucos, foi criando coragem e, por fim, pediu admissão em dois conventos, mas não foi aceita em nenhum. A causa era a sua fragilidade física. Mas também influiu a displicência e o egoísmo do padre da paróquia, que a queria trabalhando junto dele nas obras de caridade da comunidade.
Francisca, embora decepcionada, nunca desistiu do sonho. Passado o tempo, quando já tinha trinta anos de idade, desabafou com um bispo o quanto desejava abraçar uma obra missionária e esse a aconselhou: “Quer ser missionária? Pois se não existe ainda um instituto feminino para esse fim, funde um”. Foi, exatamente, o que ela fez.
Com o auxílio do vigário, em 1877 fundou o Instituto das Irmãs Missionárias do Sagrado Coração de Jesus, que colocou sob a proteção de são Francisco Xavier. Ainda: obteve o apoio do papa Leão XIII, que apontou o alvo para as missões de Francisca: “O Ocidente, não o Oriente, como fez são Francisco”. Era o período das grandes migrações rumo às Américas por causa das guerras que assolavam a Itália. As pessoas chegavam aos cais do Novo Mundo desorientadas, necessitadas de apoio, solidariedade e, sobretudo, orientação espiritual. Francisca preparou missionárias dispostas e plenas de fé, como ela, para acompanhar os imigrantes em sua nova jornada.
Tinham o objetivo de fundar, nas terras onde chegavam, hospitais, asilos e escolas que lhes possibilitassem calor humano, amparo e conforto.
Em trinta anos de intensa atividade, Francisca Cabrini fundou sessenta e sete Casas na Itália, França e nas Américas, no Brasil inclusive. Mais de trinta vezes cruzou os oceanos aquela “pequena e fraca professora lombarda”, que enfrentava, destemida, as autoridades políticas em defesa dos direitos de seus imigrantes nos novos lares.
Madre Cabrini, como era popularmente chamada, morreu em Chicago, Estados Unidos, em 22 de dezembro de 1917. Solenemente, seu corpo foi transportado para New York, onde o sepultaram na capela anexa à Escola Madre Cabrini, para ficar mais próxima dos imigrantes. Canonizada em 1946, santa Francisca Xavier Cabrini é festejada no mundo todo, no dia de sua morte, como padroeira dos imigrantes.
A Igreja também celebra hoje a memória dos santos: Floro e Ciremão