Bispos analisam a conjuntura brasileira rumo ao processo eleitoral
20/06/20185ª-feira da 11ª Semana do Tempo Comum
21/06/2018Ferrante Gonzaga, marquês de Castiglione delle Stiviere e irmão do duque de Mântua, gostaria que o seu primogênito Luís, nascido a 9 de março de 1568, seguisse seus passos de soldado e comandante no exército imperial. Com a idade de cinco anos, Luís já vestia uma couraça, com escudo, capacete, cinturão e espada e marchava atrás do exército do pai, aprendendo dos rudes soldados o uso das armas e o seu vocabulário colorido. Um dia aproveitou-se até da distração de um sentinela para pôr fogo a uma pequena peça de artilharia. Mas aquele menino daria fama à família Gonzaga com armas totalmente diferentes. Enviado a Florença na qualidade de pajem do grão-duque da Toscana, aos dez anos Luís imprimiu em sua própria vida uma direção bem definida, voltando-se à perpétua virgindade.
Também uma viagem à Espanha, onde ficou alguns anos como pajem do Infante Dom Diego, serviu-lhe para o estudo da filosofia na universidade de Alcalá de Henares e a leitura de livros devotos, como o Compêndio da vida espiritual, de Luís de Granada. Aos doze anos, após ter recebido a primeira comunhão das mãos de são Carlos Borromeu, decidiu entrar para a Companhia de Jesus. Mas foram necessários mais dois anos para vencer as resistências do pai, que o despachou para as cortes de Ferrara, Parma e Turim. “Também os príncipes — Luís escreverá mais tarde — são pó como os pobres: talvez, cinzas mais fedidas”.
Para que sua alma se perfumasse mais das virtudes cristãs, Luís renunciou ao título e à herança paternas e aos catorze anos entrou no noviciado romano da Companhia de Jesus, sob a direção de são Roberto Belarmino. Esqueceu totalmente sua origem de nobreza e escolheu para si as incumbências mais humildes, dedicando-se ao serviço dos doentes, sobretudo na epidemia que atingiu Roma em 1590. Acabou contraindo a terrível doença provavelmente por algum gesto de piedade: encontrando um moribundo na estrada, carregou-o nas costas até o sanatório, aos pés de Capitólio, onde trabalhava.
Morreu aos vinte e três anos, no dia por ele preconizado, a 21 de junho de 1591. O corpo de são Luís, “Patrono da juventude”, repousa na igreja de santo Inácio, em Roma. Este santo, ao contrário do que é apresentado em certos livros, era dotado de temperamento forte. As duras penitências às quais se submeteu são sinais de determinação não comum, rumo a uma meta que se havia proposto claramente desde a primeira adolescência.