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08/10/2019Casas abençoadas e primeiras experiências
08/10/2019
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A Igreja, constantemente, nos convida a uma reflexão da vocação cristã no plano de Deus. Na perspectiva da fé cristã, a vocação se apresenta como um chamado de Deus para toda pessoa e para toda a humanidade. Refletirmos sobre a nossa vocação cristã será sempre nos perguntarmos pela razão de ser de nossa existência e por nossa missão dentro do tempo: “De onde vim? Por que existo? Para onde vou?”.
Nossa primeira e universal vocação é o chamado à vida e à santidade por meio do amor. São metas que para nós, simples mortais, só são possíveis pela gratuidade do amor de Deus. Nosso primeiro ato de amor a Deus e ao outro é amarmos nossa vida, cada momento dela, pois, sem nos amarmos, sem amarmos a vida, como poderemos amar a Deus e aos outros?
Há uma diversidade enorme de ministérios vocacionais, sendo a vocação fundamental, a vocação para o amor em família e na família. Nossa opção pela família, pela vivência no amor em família segundo os valores evangélicos, é e será sempre o que de melhor poderemos dar a nós próprios, aos que amamos e aos homens de nosso tempo.
A família é a escola primeira da vida e dos valores. É a igreja doméstica
Deus nos chamou para vivermos e existirmos como imagem e presença vivas d’Ele no casamento, na família, na comunidade, na igreja e na humanidade. Neste mês, em que somos convidados a refletir sobre as vocações, como não refletirmos sobre nossa família? Como não vivermos na relação homem-mulher, pais e filhos, família e comunidade, Igreja e sociedade?
Sabemos que estamos vivendo um tempo de crise na família, justamente no que se refere à formação de valores e princípios. O que presenciamos, hoje, é a superpromoção dos antivalores, especialmente pela mídia. Os pais que tentam transmitir aos filhos os reais valores são rotulados de caretas; e para se enquadrarem na “modernidade”, tornam sua família extremamente permissiva, o que tem contribuído para a sua própria desestruturação.
Se acreditamos, portanto, que a família é a célula básica da sociedade, que reflexo terá essa desestruturação no seu desenvolvimento? A resposta a essa pergunta é simples, está estampada na primeira página dos jornais: violência, corrupção, miséria, má distribuição de renda. Todos esses males representam uma sociedade que trocou o ser pelo ter.
Se quisermos, no entanto, ter uma sociedade fraterna, solidária e justa, temos de atuar junto à criança, antes da formação de sua personalidade, uma vez que os valores da personalidade se estruturam até os seis anos de idade. Assim, pelo amor que damos aos nossos filhos, pelo investimento que fazemos para que sejam bons cristãos, por meio da nossa presença, formaremos famílias que serão a base da nova civilização do amor que tanto esperamos.
Por Fernando Cezar, via Canção Nova