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11/07/2019
Não é tão fácil educar-se para resistir, para suportar em meio às dificuldades. Tenho medo de me acostumar com o fácil, o bom, o confortável. Eu não quero me gentrificar.
Muitas vezes, vejo-me procurando estar bem, em paz, calmo comigo mesmo, livre de tensões. Eu protejo meu sono, meu descanso, minha solidão, meu espaço seguro.
Como um zeloso guardião do meu tempo, distancio-me dos compromissos. Eu fujo de dificuldades por medo de sofrer. Eu não gosto de trabalhar duro para conseguir o que eu quero, prefiro sucesso fácil.
Eu quero uma recompensa imediata, sem luta, sem esforço. Eu escolho, se possível, as condições favoráveis. Eu não sei me educar para ser forte se não estiver enfrentando a batalha, para que assim eu possa ser moldado por Deus.
O padre José Kentenich fala sobre educar a personalidade na corrida. Em 1912, ele disse aos jovens que ele acompanhava: “Sob a proteção de Maria, queremos nos educar para sermos personalidades fortes, livres e sacerdotais”.
Ele queria mostrar que os santos sempre foram homens autodidatas, homens fortes, firmes e sólidos. Fiéis às decisões que tomaram. E ele enfatizou como era importante educar bem o coração quando os tempos difíceis chegam à vida:
“Então as práticas de devoção podem não mais nos ajudar. Só uma coisa pode nos ajudar: os princípios firmes, inexoravelmente claros, o esforço sério para formar personalidades vigorosas e independentes”.
Num mundo tão fluido e mutável como este em que vivemos, acredito que encontrar pessoas firmes, sólidas e resistentes é quase um milagre.
Eu quero ser assim. Eu quero ser um homem sólido. Como uma rocha. Com ideias claras e princípios sólidos. Um homem capaz de resistir a tempestades e ventos. Acostumado à luta em todos os momentos da minha vida.
Como podemos nos educar para resistir com um sorriso em meio às adversidades?
Eu preciso de um coração forte, capaz de olhar para a vida sem temer nada. Suportar é uma graça que peço a Deus. Saber enfrentar retrocessos. Sem reclamar.
Eu não quero viver sonhando com a vida que não tenho. Eu vejo que tenho muito pouca capacidade de superar os golpes da vida. Reajo de maneira infantil quando as coisas não acontecem como eu esperava, quando não tenho planos, quando não obtenho sucesso. Pouca tolerância contra contratempos.
Eu vejo que eu explodo, eu desmorono e paro de sorrir. Onde está meu coração firme e fiel? Eu me rebelo contra a sorte adversa. Eu gostaria de ter mais maturidade para encarar a vida. Mais força para parecer firme na rocha da minha fé. Firmeza, integridade e solidez. Eu gostaria de ser assim.
Ao mesmo tempo, ao olhar para minha vida, eu me pergunto: Eu sempre tenho que aturar isso? Eu tenho que aturar tudo o que acontece comigo? Eu tenho que sempre apoiar tudo o que eles me pedem? Onde está o limite para que eu não desmorone?
Eu não tenho que suportar tudo. Saiba que isso não faz parte da sabedoria do cristão. Aprenda a deixar de lado o que você não tem que carregar nesta vida.
Eu não tenho que suportar tudo. Ser sólido é um ideal, um objetivo para desperta minha força. Mas suportar os excessos é algo que eu tenho que discernir no coração de Deus. É preciso saber quando seguir outro caminho.
Eu quero aprender a dizer que basta. Ter forças para tomar outro rumo e fazer algo diferente. Está na minha mão a decisão de mudar a minha vida. Não consiste em resistir a suportar.
Só peço a Deus forças para carregar meus fardos. E a liberdade de decidir sabiamente quando tenho que parar de fazer o que eles exigem de mim.
Via Aleteia