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Na década de 60, os pesquisadores inventaram a pílula anticoncepcional. Logo em seguida, em 25 de julho de 1968, o Papa Paulo VI escreveu a Encíclica “Humanae Vitae”, alertando sobre os perigos que a pílula representava para a humanidade. É verdade que ele não usou a palavra “pílula” nesse documento, mas, ao falar em “métodos artificiais de controle da natalidade”, certamente se referia a esse medicamento.
Já se passaram cerca de 50 anos, e o tempo mostra o quanto o Papa Paulo VI tinha razão. Os países da Europa envelheceram; nenhum deles, hoje, consegue nem sequer repor a taxa mínima de natalidade para que a população do continente não diminua. Nenhum deles tem taxa de 2,1 filhos por mulher, o mínimo necessário para se manter a população estável. É triste ver a situação da Europa, do Japão e de outros países envelhecidos, sem braços jovens para trabalhar e continuar a história dessas nações. Os governantes, agora, multiplicam os incentivos para os casais terem filhos, mas sem sucesso.
O que podemos esperar de uma nação que não quer ter filhos? O que a aguarda no futuro?
Papa Bento XVI disse que “uma nação sem filhos é uma nação sem futuro”. Isso acontece, hoje, por causa deste drástico controle da natalidade facilitado pela pílula e outros métodos artificiais contraceptivos.
Logo no início da referida encíclica, no número 1, Paulo VI destacou: “O gravíssimo dever transmitir a vida humana, pelo qual os esposos são os colaboradores livres e responsáveis de Deus Criador, foi sempre para eles fonte de grandes alegrias […]. O matrimônio e o amor conjugal estão por si mesmos ordenados para a procriação e educação dos filhos. Sem dúvida, os filhos são o dom mais excelente do matrimônio e contribuem grandemente para o bem dos pais” (idem n.9).
Uma das advertências que o Papa italiano fez no documento foi a de que o casal cristão, na missão de transmitir a vida, não é livre para proceder a seu próprio bel-prazer, como se pudesse determinar, de maneira absolutamente autônoma, as vias honestas a seguir, mas deve conformar o seu agir com a intenção criadora de Deus, como ensina a Igreja (idem n.10). Isso é, o casal deve viver a “paternidade responsável”, ter todos os filhos que puder criar com dignidade, sem cair na tentação do medo, do egoísmo e do comodismo de evitá-los.
Não evitar os filhos
Disse o Sumo Pontífice no mesmo documento: “É de excluir toda a ação que, ou em previsão do ato conjugal, ou durante a sua realização, ou também durante o desenvolvimento das suas consequências naturais, se proponha, como fim ou como meio, tornar impossível a procriação” (idem n.14).
O Santo Padre insistiu em que o ato sexual tem dois aspectos fundamentais e que não podem ser separados: “o unitivo e o procriativo”; se forem separados, haverá o uso indevido e egoísta do sexo. “Salvaguardando estes dois aspectos essenciais, unitivo e procriador, –ele disse – o ato conjugal conserva integralmente o sentido de amor mútuo e verdadeiro e a sua ordenação para a altíssima vocação do homem para a paternidade” (idem n.11).
Métodos de esterilização
Paulo VI lembrou também que a esterilização do homem ou da mulher fere o plano de Deus: “É de excluir de igual modo, como o Magistério da Igreja repetidamente declarou, a esterilização direta (vasectomia e laqueadura), quer perpétua quer temporária, tanto do homem como da mulher” (idem n.14).
Para os casais que precisam seriamente evitar uma gravidez por um tempo, o Pontífice recomenda “os métodos naturais” de contracepção, por exemplo, o conhecido “método Billings”, que funciona muito bem quando o casal o usa corretamente. A sua grande vantagem é que não fere a vontade de Deus e a mulher não toma medicamentos constantemente, o que lhe pode fazer mal à saúde. Além disso, desse modo se estabelece entre o casal cristão um clima de amor, compreensão e respeito de mortificação, que tanto santifica.
A pílula do dia seguinte
Paulo VI denunciou também os estragos que a pílula traria para a sociedade em termos morais: “Considerem, antes de mais, o caminho amplo e fácil que tais métodos abririam à infidelidade conjugal e à degradação da moralidade. Não é preciso ter muita experiência para conhecer a fraqueza humana. Pense-se ainda, seriamente, na arma perigosa que se viria a pôr nas mãos de autoridades públicas, pouco preocupadas com exigências morais” (idem n.17). Com o uso da pílula, o sexo e a mulher se tornaram fácil e vil objeto de consumo; isso é inegável.
O mesmo Papa deixou claro que não seria surpresa para ele as reações contra a Encíclica “Humanae Vitae“. Disse: “À semelhança do seu divino fundador, “objeto de contradição” (cf. Lc 2,34), a Igreja, nem por isso deixa de proclamar, com humilde firmeza, a lei moral toda, tanto a natural como a evangélica. A Igreja não foi a autora dessa lei e não pode, portanto, ser árbitra dela, mas somente depositária e intérprete, sem nunca poder declarar lícito aquilo que não é”.
Por Felipe Aquino, via Canção Nova