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Celebramos, nessa semana, Santa Mônica e Santo Agostinho, mãe e filho que muito podem nos ensinar para o crescimento da nossa fé. Mônica, durante muitos anos, rezou pela conversão de Agostinho, que depois se tornou Bispo e doutor da Igreja, e escreveu: “Ela me gerou, seja na sua carne para que eu viesse à luz do tempo, seja com o seu coração para que eu nascesse à luz da eternidade”. Nessa frase de Santo Agostinho está a missão de cada pai, de cada mãe: gerar também para a graça.
Diz-nos o Catecismo da Igreja Católica: “O papel dos pais na educação dos filhos é tão importante que é quase impossível substituí-los” (CIC 2221). A Exortação Apostólica Familiaris Consortio, São João Paulo II ainda nos diz: “O direito e o dever de educação são primordiais e inalienáveis para os pais” (FC 36).
Santa Mônica também ensina a nunca desistir dos filhos. Ela era uma cristã exemplar que se preocupava com a conversão de sua família, por isso se consumiu na oração pelo esposo e, principalmente, pelo filho mais velho Agostinho, que vivia nos vícios e na imoralidade.
Mesmo sem ver no horizonte uma melhora, Santa Monica intensificou suas orações e súplicas para ver a conversão de seu filho. Certo dia ouviu de um bispo, a seguinte revelação: “Continue a rezar, pois é impossível que se perca um filho de tantas lágrimas”. E aqui, Santa Mônica é um exemplo para todos nós, devemos sempre perseverar na oração confiando que Deus nos ama e quer o melhor para nós.
E Santa Mônica foi recompensada, nos últimos momentos de sua vida e disse a Agostinho: “Meu filho, nada mais me atrai nesta vida; não sei o que estou ainda fazendo aqui, nem porque estou ainda aqui. Já se acabou toda esperança terrena. Por um só motivo eu desejava prolongar a vida nesta terra: ver-te católico. Deus me satisfez amplamente, porque te vejo desprezar a felicidade terrena para servi-lo… Enterrai este corpo em qualquer lugar, e não vos preocupeis com ele. Faço-vos apenas um pedido: lembrai-vos de mim no altar do Senhor… Para Deus nada é longe”.
Com Santa Mônica aprendemos a nunca desistir da conversão do próximo e com Santo Agostinho aprendemos que nunca devemos desistir da nossa própria conversão. Como Agostinho, creio que quase todos nós temos um passado do qual não nos orgulhamos muito. Situações que preferíamos apagar de nossa história.
Ouço muitas partilhas de pessoas que estão presas a um passado, um erro que cometeram e não conseguem viver o presente e nem planejar um futuro. Muitas vezes utilizam esse erro como um escudo, excluindo uma possibilidade de mudança. O famoso: “Eu sou assim e vou morrer assim”. Essa desculpa faz o passado limitar o nosso futuro.
Então olhamos para Agostinho e seu exame de consciência, no livro Confissões, e observamos que nunca é tarde demais para mudar e começar a ser a pessoa que Deus quer que sejamos. Hoje conhecemos Agostinho como santo e isso pode nos induzir a relativizar o seu passado. Mas é preciso saber quem ele era antes de se decidir a mudar e perceber que a santidade está no alcance de todos, porque a misericórdia de Deus é infinita.
Que Deus nos dê a graça da consciência dos nossos pecados e nós nos deixemos alcançar pela Misericórdia Divina.
Por Pe. Reginaldo Manzotti , via Aleteia