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“Mas no mundo real…” Quantas vezes você já ouviu essa frase ou alguma similar?
Na maioria das vezes que ouvi frases desse tipo, eu estava ensinando em uma sala de aula da universidade.
Eu discursava sobre algum tópico de filosofia ou teologia, quando algum jovem de 18 anos, aproveitando toda a sua experiência de vida e suas duas semanas de ensino superior, apontava para a janela e dizia: “bem, você sabe, no mundo real…”
Sempre tratei essa interrupção como um “momento de ensino”. Eu respondia ao meu interlocutor argumentando: “esse não é o mundo real. Esse é o reino da experiência comum. É o local que todos consideram como garantido. Nesta sala de aula, onde estamos discutindo o Verdadeiro, o Bom, o Belo, esta sala de aula é o mundo REAL.”
O mundo real versus o reino da experiência comum tem estado na minha mente ultimamente, já que acabei de concluir o último livro do Dr. Anthony Esolen, Sex and the Unreal City: The Demolition of the Western Mind.
O autor chama o reino da experiência comum de “a cidade irreal”, um local mortal para a vida humana porque é uma forma de idolatria, que nos leva inevitavelmente para longe da Realidade Absoluta, que é Deus.
Ele observa: “alguns ídolos são horríveis, como Moloch, e alguns são belos, como Dionísio. Os profetas hebreus não se importaram com isso. Eles não condenaram os ídolos por seu estilo. Eles os condenaram por serem falsos”.
Esolen conhece as Escrituras e a história bem o suficiente para insistir que os idólatras nunca ficam felizes se não nos juntarmos a eles no culto de seus ídolos, em oferecer obediência ao irreal, ao anti-real: “os loucos odeiam aqueles que veem através de sua loucura. A irrealidade é frágil, e deve ser confrontada com vigor”.
O que devemos fazer com essas advertências severas, apoiadas por uma longa linha de exemplos vívidos e sombrios? Vamos lembrar que Jesus nos diz: “Eu sou a videira; vós, os ramos. Quem permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.”(João 15, 5).
Nosso Senhor é o caminho, a verdade, a vida – ele é o Logos; ele é a Palavra Eterna da Verdade falada pelo Pai.
O mundo irreal sobre o qual Esolen nos avisa é mais do que apenas uma fantasia; o mundo irreal é sedutor, viciante, progressivo e agressivo. Ele nunca está satisfeito – ele quer mais e mais membros em seu culto, oferecendo sacrifícios cada vez maiores.
E é pior do que isso. O mundo irreal é um culto à aniquilação. É mais do que apenas um erro. Em vez disso, é uma rachadura deliberada da própria estrutura da realidade, substituindo algo por nada, substituindo alguém por ninguém.
O que fazer? Esolen pede um retorno à realidade: “Rezo pela realidade, e tremo, porque isso quer dizer que Deus vai me mostrar o que sou. Os ateus dizem que inventamos um Deus fictício. Eu digo que, para mim, é preciso todo o faz-de-conta do mundo para fingir que não preciso de Deus…”
Para apresentar uma declaração e um mapa da realidade, o passaporte e a promessa do mundo real, Esolen oferece uma explicação, linha por linha, do Credo dos Apóstolos.
Voltar a esse fundamento da fé cristã pode impulsionar o “sistema imunológico” de uma pessoa contra o contágio da irrealidade. Isso nos permitirá atender à demanda de São Pedro: “Portanto, não temais as suas ameaças e não vos turbeis. Antes santificai em vossos corações Cristo, o Senhor. Estai sempre prontos a responder para vossa defesa a todo aquele que vos pedir a razão de vossa esperança, mas fazei-o com suavidade e respeito.” (1 Pedro 3, 15).
Em tempos de escuridão e confusão, precisamos nos reconectar a Cristo, que é o caminho, a verdade e a vida. Precisamos buscar a graça para que possamos estar diante de Deus e do mundo e dizer: “É nisso que acreditamos; é por isso que acreditamos; é assim que vivemos o que acreditamos; esta é a única esperança do mundo – junte-se a nós!”
Via Aleteia