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Já parou para pensar ou para se perguntar onde você quer chegar? Para se perguntar o que Deus espera de você? Ou, ultimamente, você tem se preocupado mais com a expectativa que as pessoas criam a seu respeito? Render-se à vontade de Deus nem sempre é fácil. Na verdade, não é fácil mesmo!
Afinal, Ele pede de nós uma disposição para entrarmos em lugares desconhecidos e nos faz descobrir em nós lugares ainda escuros, inabitados e, por vezes, deixados de lado.
Render-se à vontade de Deus nem sempre é fácil
Quando Deus nos convida a adentrarmos num processo de cura, de autoconhecimento ou conquista da liberdade interior, Ele não nos diz exatamente o que vai fazer. Pelo contrário, acho que diz da personalidade de Deus nos surpreender! Fato é que Ele respeita a nossa liberdade, não nos invade nem exige de nós um passo maior do que conseguimos dar. Por outro lado, não dá para passar a vida inteira fugindo do lugar para onde Ele quer nos levar.
O pontapé inicial pode se espalhar em várias situações e, às vezes, a situação que parece ser o principal motivo de tudo é só o fio condutor que nos leva a uma percepção mais universal de nós mesmos. Aqui, eu não estou dizendo que a principal situação não seja importante, pelo contrário, ela é, pois sem ela talvez nada do que estejamos vivendo tivesse iniciado. Muitas vezes, no entanto, para que a principal situação seja solucionada e vivida em plenitude, o olhar vai precisar ser mais periférico, precisaremos olhar para as coisas que acontecem ao nosso redor, colher o que está acontecendo em volta, onde Deus quer chegar com todo aquele movimento que nos prepara para algo.
Caminho de autoconhecimento
Não dá para ficar preso no que as pessoas ditam a nosso respeito; é preciso saber muito bem onde se quer chegar, e ‘sei lá’ é uma palavra que, definitivamente, não combina com esse caminho. “Mas eu não sei nem o que eu quero fazer depois de me formar no ensino médio…” Que bom que pensa assim, pois, pelo menos, já sabe que está perdido e precisa encontrar uma direção. Isso já é um bom começo! Deus, então, inicia um caminho de autoconhecimento com você.
Eu percebi que Deus não inicia nada se não tiver um objetivo muito concreto, uma finalidade muito acertada, um projeto de felicidade. Mesmo que, durante o processo, o sofrimento pareça sem fim, agoniante e sem solução, ali existe um plano de felicidade. Quando estamos no “olho do furacão” não percebemos nada. E isso é fato, traz medo, insegurança e até um certo desespero: parece que no “túnel” encontraremos de tudo, menos a tão falada luz lá no final.
Nisso tudo existe um movimento para colocar para fora o que, de fato, nós somos. É isso mesmo, pois, muitas vezes, nossas feridas e machucados escondem quem nós somos realmente. E essas feridas nos escondem até de nós mesmos; então, passamos uma vida inteira determinados pelas nossas reações, fechados em um círculo de ideias criadas a nosso respeito por nós e pelos outros, sem nos abrirmos à descoberta real de quem nós somos!
Deus só espera a disposição do nosso coração
Já ouviu aquela frase: “Ninguém dá o que não tem?”. Se não nos temos em nossas mãos, não existe a menor possibilidade de nos entregarmos a nada, nem mesmo a Deus. Se não sabemos quem somos, não há a menor possibilidade de nos aventurarmos na descoberta do outro nem na descoberta do que queremos para a nossa vida. Deus, contudo, em Sua infinita bondade, não espera que estejamos prontos para iniciar um caminho. Ele só espera a disposição do nosso coração, só espera saber o quanto nós estamos dispostos a enfrentar para nos unirmos a Ele nesse complexo caminho de descoberta e encantamento de nós mesmos.
Fugir não é o melhor caminho nem a melhor escolha, mesmo que enfrentar seja doloroso e, por vezes, um caminho lento! Por outro lado, Deus respeita nossa liberdade e o quanto conseguimos suportar de todo esse processo que Ele quer fazer conosco.
Tem medo de saber quem você é? Tem medo de saber onde Deus quer lhe falar? Pode ser que seja porque o primeiro a rejeitar seja você mesmo! Não tenha medo de olhar para você e entender que, apesar de todos os seus limites e misérias, há um Deus que o ama. Ele pode levá-lo a uma profunda experiência com Ele por meio da sua disposição de coração.
Por Pedro Pinheiro, via Canção Nova