Atualmente, a palavra “espiritualidade” é muito controvertida, podendo nos levar a muitas interpretações. Por isso, quero, para evitar qualquer divergência, dizer que estou me baseando na palavra apeiron, que quer dizer “o sopro de Deus”. Aquele sopro que Deus deu no boneco de barro e que deu a ele vida, tornando-o à imagem e semelhança do próprio Deus.

Tendo em vista que Espiritualidade é a busca de tornar-se à imagem e semelhança de Deus, temos muita possibilidade de interpretação do que vem a ser espiritualidade.

Como pertencemos a uma paróquia Salesiana, temos uma espiritualidade salesiana também. Vou tentar, de uma maneira bem rápida, explanar algo, sem esgotar o assunto sobre a Espiritualidade Juvenil Salesiana.

Particularidade

Quando tratamos do adjetivo salesiano, somos colocados frente a frente com São João Bosco, que emprestou alguns ensinamentos de São Francisco de Sales, e buscou imprimir na Família Salesiana.

São João Bosco foi bebendo de uma espiritualidade desde muito pequeno, baseando-se nos ensinamentos de sua mãe e na pequena comunidade em que vivia. Sua família sempre frequentou a paróquia, e seguia as tradições religiosas populares.

As orações eram simples, as devoções, tanto a Mariana, como a dos santos, eram voltadas para que todos pudessem buscar a santidade, a bondade e a ligação com Deus.

As práticas diárias de oração, tanto ao levantar, antes e depois das refeições, a récita do terço, a invocação do Ângelus três vezes ao dia, o exame de consciência e as orações antes de dormir, eram práticas diárias. Bem como a participação das novenas, tríduos e festas religiosas, que eram pontos fortes das famílias e dos povoados. E a família Bosco não era diferente!

Dom Bosco, apesar de ter um temperamento colérico, aos poucos, inspirando-se em São Francisco de Sales, buscou cultivar a bondade, a mansidão e a alegria.

Comunhão e confissão estão na base

A sua mãe foi sua primeira catequista, que o preparou para a primeira confissão e comunhão. Um tempo depois, tendo convivido com o Padre Calosso, aprendeu a direção espiritual, que o acompanhou a vida toda. A comunhão e confissão frequentes são as bases da espiritualidade que, mais tarde, veio a se chamar Espiritualidade Salesiana.

A Espiritualidade Salesiana é uma espiritualidade pé-no-chão, simples, popular, com práticas e gestos muito simples, procurando sempre uma proximidade com Deus.

Dom Bosco procurou incutir nos seus meninos, e mais tarde em toda a família salesiana, essas pequenas práticas que levam a servir de alimento para a alma, e buscam encher o coração de cada pessoa, com o ar, o respiro de Deus.

Ela não exige grandes sacrifícios: é uma espiritualidade muito ligada ao Coração de Jesus; uma espiritualidade Mariana e que se preocupa sempre em alimentar a bondade e a mansidão.

Alegria no simples

A Espiritualidade Salesiana, enfim, quer nos levar a uma proximidade maior com Deus, e sabemos que Deus só quer uma coisa de cada um de nós: que sejamos felizes!

Sabemos, portanto, que a felicidade é feita de coisas simples e alegres; então, a espiritualidade salesiana é uma espiritualidade plena de alegria.

Ela é de pequenos gestos, festiva e que nos aproxima cada vez mais de Deus e nos leva a ser, a cada passo, mais semelhantes ao coração de Deus. É um convite à santidade!

Créditos:

Texto: Irmão Amiranda | Revisão de Texto: Flávia Tonin / Maria Teresa – Pascom | Imagens: Internet | Design Imagem Capa: Ricardo Campolim – Pascom