Psicomotricidade Educacional é tema de formação de professores
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11 de junho de 2020Por Ana Maria Davide Marques
Sabemos das dificuldades dos pais e mães para conduzirem e participarem de atividades com as crianças, muitas vezes, por não se sentirem preparados para realizá-las.
É uma situação difícil, já que a maioria dos pais, além de não possuírem a formação e o preparo dos pedagogos, precisam dividir a atenção entre o entretenimento das crianças e os afazeres de casa. Por isso devemos orientá-los a conduzir atividades que possam contribuir para o sucesso nessa incumbência, deixando todos mais seguros.
Uma oportunidade: participar da formação
Importante é mostrar para as famílias que as crianças não estão “perdendo aula”, mas sim ganhando a oportunidade de passar mais tempo com seus pais, o que contribuirá de maneira única para o desenvolvimento infantil.
Entendemos que, diferentemente das famílias das classes mais abastadas, cujos filhos estudam em escolas particulares que enviam desenhos e trabalhos impressos desconectados e descontextualizados do dia a dia, as nossas poderão receber orientações dos nossos profissionais da educação para que os pais brinquem com seus filhos, brincadeiras que as mães, duas gerações atrás, faziam tão bem (não trabalhavam fora).
Será necessário deixar claro que é dada uma oportunidade de, informalmente, serem dados espaços e possibilidades para que os pais possam se reencontrar com seus filhos, descobrindo juntos e encontrando formas de, nas pequenas tarefas, conversas, etc. ensinar de maneira ética o que nossas mães nos ensinavam.
Brincar: atividade essencial para o aprendizado
Pais não são professores, mas podem ser sim “pedagogos temporários” sem que se deem conta disso!
Lembrando que as famílias de nossa comunidade conhecem a proposta pedagógica do CEI Prefeito Francisco Amaral e sabem que o brincar é uma das atividades mais importantes e faz parte do nosso plano de metas. Nas Reuniões de Famílias e Educadoras enfatizamos incansavelmente que o brincar é, sem dúvida, a forma de expressão mais genuína das crianças.
É por meio das atividades lúdicas, do jogo do faz de conta, que elas transitam entre o mundo interno e externo, revelando pensamentos, desejos, conhecimentos, sentimentos e fantasias, e também experimentando diversas situações, testando suas capacidades e seus limites, estabelecendo vínculos afetivos entre seus pares e com os adultos, e solucionando conflitos.
Rotina na Pandemia
Como podemos ajudar as famílias nesses tempos de pandemia? Haverá a necessidade de mostrar aos pais que nas escolas as crianças são guiadas a partir de rotinas. Seria importante que eles, em casa, também pudessem manter esse ritmo, o que é muito bom para a aprendizagem cognitiva.
Neste momento tão atípico de confinamento das famílias, os pais, agora transformados em “pedagogos temporários”, poderão colocar em prática as brincadeiras, e essa interação que trará momentos prazerosos para toda a família.
8 dicas para atividades em casa
Queremos deixar algumas sugestões, mesmo sabendo que muitos pais e mães já se preocupam com o desenvolvimento de seus filhos e praticam a pedagogia intuitivamente.
- Brincar de esconde-esconde, de faz de conta, de teatrinho de sombras, dançar, jogar e cantar, correr, pular, guerra de almofadas, equilibrar coisas (corpo, gestos e movimento);
- Realizar pequenas tarefas domésticas como varrer os cômodos, colaborar com a limpeza, lavar e enxugar a louça, organizar talheres, regar as plantas, trocar a água dos animais, que desenvolvem a coordenação motora, e ainda o senso de colaboração (eu, o outro e nós);
- Delimitar horários e espaços para as brincadeiras. Marcar no alarme dos celulares o tempo disponível que os adultos terão para se dedicar às brincadeiras. As crianças gostam muito de ouvir o barulho do alarme (espaços, tempos, quantidades, relações e transformações);
- Ler livros, gibis, encenar histórias, assistir a algum filme, desenhar, pintar livremente, imitar sons de bicho ou até mesmo brincar sozinho (escuta, fala, pensamentos e imaginação);
- Ter horário para as refeições, tomar banho sozinho, escovar os dentes, guardar brinquedos e seus pertences (rotina e autonomia);
- Determinar horários e duração para os jogos eletrônicos (responsabilidade);
- Ensinar como se proteger do “ bichinho malvado”, explicar por que as pessoas estão usando máscaras e o que está acontecendo por aí; muitos pedirão logo para colocar máscaras (conhecimento, alegria e um pouco de “ bagunça”);
- E para finalizar: ficar sem fazer nada por um tempo, olhando para o céu ou imaginando coisas (o ócio, às vezes, faz bem)
Outras tantas, temos certeza, os pais saberão realizar tão bem, basta para isso ter o desejo de ver sua criança se desenvolvendo feliz.
Com essas situações e experiências, se os ”pais pedagogos” mantiverem uma rotina e a organização da casa com apoio afetivo, seus filhos poderão voltar para a escola mais tranquilos quando a pandemia passar.
Enquanto isso, em tempos difíceis como esses, não nos esqueçamos de pedir a Nossa Senhora Auxiliadora que nos ajude a conservar e defender a fé cristã, a ter esperança e, com amor, conduzirmos bem o tempo dessa pandemia, pois Tudo vai passar…