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20/10/2017A fé em missão
20/10/2017“300 anos celebrando a resistência com a Mãe Negra Aparecida” é o lema da 21ª Romaria das Comunidades Negras ao Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, marcada para o dia 4 de novembro. O tema escolhido para o evento é “Negro escravo de ontem, excluído de hoje”.
Vários objetivos foram apresentados pela Pastoral Afro-Brasileira para serem trabalhados durante a romaria. A intenção é resgatar nomes de pessoas que se destacaram nas lutas contra o racismo, e figuras que neste momento estão contribuindo positivamente para a garantia dos direitos humanos com o recorte étnico racial.
Também se quer ter presente a caminhada das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), da Teologia da Libertação e o extermínio dos jovens negros; refletir sobre a presença do negro, da negra e da Pastoral Afro-brasileira na Igreja; garantir a continuidade dos leigos, das leigas, do clero e da hierarquia comprometidos com as propostas da Pastoral Afro-Brasileira; mostrar a Identidade Negra e celebrar nas respectivas culturas; e caminhar em conjunto com outras organizações contra a desigualdade, a discriminação, e o racismo, a intolerância religiosa, a exclusão dos direitos dos negros e negras nas periferias.
Texto-base
A agente da Pastoral Afro-Brasileira Vera Lúcia Lopes explica que a romaria acontece há 21 anos no primeiro sábado de novembro porque há a necessidade de “acabar com essa história de negro ser inferior” e que o povo negro “quer formar uma roda diferente, onde gira a alegria e a fé da nossa gente”.
Vera recorda a CF de 1988, cujo tema foi “Fraternidade e o Negro” e o lema “Deus ouviu o clamor do seu povo” (Ex 3,7) para sublinhar a realidade ainda presente de que os negros são vítimas de discriminação e marginalização e vivem expostos a todo tipo de perigo na sociedade que proclama que todos são iguais.
O texto-base, preparado para a romaria e enviado aos agentes, apresenta reflexões a respeito da situação atual dos negros no Brasil, a relação de devoção e libertação com Nossa Senhora Aparecida e a questão da pertença e acolhimento ao negro na Igreja.
Por CNBB