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26/11/2015Religião “jamais seja usada para justificar ódio e violência”
26/11/2015O cardeal espanhol Lluís Martínez Sistach pediu na última segunda-feira que a Cúpula do Clima, que acontece em Paris de 30 de novembro a 11 de dezembro, sirva para “superar os interesses nacionais” e priorizar o bem comum.
Durante uma conferência sobre a última carta encíclica do papa Francisco, a Laudato Si’, o cardeal considerou que a atual globalização tem muitos interesses imediatos que são “um investimento suicida”, porque o entorno natural e o entorno humano se degradam juntos.
O documento do Santo Padre propõe uma ecologia integral, que o cardeal Sistach vincula com a antropologia e o humanismo: esta visão deveria reger uma mudança no modo de vida humano, porque, sem isto, “todas as mudanças econômicas ou geopolíticas seriam insuficientes”.
“O ritmo de exploração superou as possibilidades do mundo e só pode terminar em catástrofe”, reforçou. Diante disto, é necessário transformar em sofrimento pessoal o que aconteceu ao mundo e adotar um estilo de vida mais sóbrio. Sistach também destacou a preocupação social do pontífice, que “se faz porta-voz dos pobres e da natureza”. Ele citou problemas como a contaminação da água, que causa doenças em milhões de pessoas pobres, e a degradação da biodiversidade, que extingue espécies naturais em nome de interesses privados.
O cardeal falou ainda sobre as reações contrárias ao papa, como as perguntas de uma prestigiosa revista internacional que se questionava se Francisco é mesmo católico: “Tocar temas vivos tem esses riscos”, observou, dizendo que o papa é valente e conhece a ciência.
O administrador apostólico de Barcelona declarou que a encíclica, apesar de todos os problemas que aborda, reconhece que os seres humanos, “capazes de extrema degeneração, também são capazes de recuperar-se e abrir-se para o bem”. Isto quer dizer que a humanidade tem a capacidade de colaborar.
Especialistas consultados por ZENIT consideram que há razões para pensar que a iminente Conferência COP21, em Paris, marcará um antes e um depois na luta contra a mudança climática, graças à obtenção de um compromisso vinculante e definitivo para a redução de emissões poluentes a partir de 2020. Até então, durará a prorrogação do Protocolo de Quioto, que estabelecia para os países signatários um corte de 15% nas emissões de dióxido de carbono em comparação com as emissões de 1990.
Junto com a União Europeia, a França fará o possível para que a Europa mantenha a dianteira na luta contra a mudança climática. O presidente François Hollande anunciou que defenderá uma posição ambiciosa para reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 40% até 2030 e em 60% até 2040, sempre em relação a 1990. Outro objetivo é limitar o aumento da temperatura global em até um máximo de 2º C.
Por Zenit