Papa convida pobres para pré-estreia do filme “Chamem-me Francisco”
30/11/2015Jubileu da Misericórdia em 7 passos
01/12/2015A Comissão dos Episcopados Católicos da União Europeia (COMECE) lançou um conjunto de propostas para a Conferência da ONU sobre as Mudanças Climáticas (COP 21), que começou nesta segunda-feira, 30, em Paris.
Intitulado “O tempo para mudar é agora”, o documento destaca o papel-chave que a União Europeia deverá ter para a consolidação de um acordo que abra as portas a uma “nova política de proteção do clima”.
O documento sublinha a vontade da Igreja Católica do continente, dos seus bispos e demais responsáveis, em estar presente num debate intimamente ligado a “questões de justiça social e global”.
Preparado com o apoio de vários peritos em matéria de ambiente, o documento da COMECE aponta várias prioridades para uma necessária “conversão ecológica” da sociedade.
Em primeiro lugar, uma conversão ao nível dos estilos de vida, já que a atual conjuntura negativa do clima “é apenas sintoma de um modo de vida insustentável, alimentado por padrões de consumo próprios deste mundo industrializado”.
Neste contexto, a educação das novas gerações para uma consciência ecológica será fundamental, na opinião dos líderes católicos do Velho Continente.
“As verdadeiras mudanças não assentam apenas em soluções técnicas ou na redução dos gases de efeito estufa, temos de ir mais fundo, ao nível cultural do nosso comportamento, deixar para trás a ideia do Homem que domina a Natureza, rumo a uma noção de que o destino de todos, homens e criaturas, está interligado”, refere o texto.
Valor da natureza
O texto expõe ainda que é preciso “preservar o valor intrínseco da natureza, e não entendê-lo exclusivamente como algo instrumentalizável”.
O relatório da COMECE entra ainda no campo das políticas econômicas e ambientais, propondo “a substituição gradual dos combustíveis fósseis por energias renováveis” e apelando ao “fim da destruição das florestas tropicais” e de outros ecossistemas essenciais para o equilíbrio do planeta.
“Ambos os passos requerem transformações a nível econômico e político: reforçar a atratividade das energias renováveis e mudar comportamentos sociais, “encorajando as pessoas a um uso mais eficiente e poupado da energia”, pode ler-se.
A COMECE defende também “uma nova política econômica que aumente o preço das matérias-primas e torne bens intangíveis, como a informação, mais acessíveis”.
Considera ainda essencial o desenvolvimento de políticas globais que garantam cada vez mais a “preservação da biodiversidade e aumentem as áreas dos ecossistemas protegidos”.
“Estes objetivos devem levar a um compromisso geral que garanta uma autêntica proteção das regiões ecologicamente mais valiosas, para que estas não sejam transformadas em terrenos agrícolas”, frisa o documento dos bispos católicos.
A COMECE espera que este relatório, que descreve também várias iniciativas e projetos ecológicos e sustentáveis, ao nível da Igreja Católica, seja tido em conta no topo do encontro.
Por Canção Nova, com Agência Ecclesia