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03/12/2015Quinta-feira (03/12), no âmbito da Conferência sobre o Clima COP21, em andamento em Paris, está programada, na Catedral de Notre Dame, uma “Celebração ecumênica pela salvação da Criação”, organizada pelo Conselho das Igrejas Cristãs na França. Está prevista a participação de peregrinos engajados e responsáveis de Igrejas de diferentes países. A celebração será co-presidida pelo pastor Francois Clavairoly, pelo metropolita Emmanuel e por Dom Georges Pontier, arcebispo de Marselha e Presidente da Conferência Episcopal Francesa.
Também participam o Patriarca ecumênico, Bartolomeu I, (que fará a pregação central), o pastor Olav Fykse Tveit, que dirige o Conselho Mundial das Igrejas, e o arcebispo de Paris, Cardeal André Vingt-Trois.
O Conselho das Igrejas Cristãs na França promoveu uma série de atividades em concomitância com a Conferência da ONU. No dia 1º, houve o ‘jejum pelo clima’, uma campanha de sensibilização a nível mundial em solidariedade com as populações atingidas pelos efeitos das mudanças climáticas. O organismo pede aos responsáveis políticos e econômicos, “especialmente os reunidos na COP, que tomem as decisões necessárias para limitar o aquecimento global a 2 graus, para que os irmãos e irmãs mais vulneráveis, e as gerações futuras, não sejam vítimas”.
Pobres e vulneráveis, as maiores vítimas
“Graves são os perigos que corre o mundo por causa das mudanças do clima, derivadas do uso impróprio que fazem os seres humanos dos recursos à disposição”, afirmam os líderes das Igrejas cristãs, em mensagem. “Sentimos o dever imediato de enfrentar as causas deste degrado. Somos testemunhas do sofrimento incomensurável que provoca, de modo especial nos mais frágeis dentre nós. Conscientes do impacto do estilo de vida nos países mais desenvolvidos, temos que colocar em discussão a nossa lógica de consumo, adotando práticas de sobriedade e simplicidade”.
Expectativas e esperanças
Ivo Poletto é assessor nacional do Fórum de Mudanças Climáticas e Justiça Social, além de membro da Rede Eclesisal Pan-Amazônica (REPAM). Em Paris, ele falou à RV de as suas expectativas e esperanças.
“Eu diria que como possibilidade real, é preciso que os países se disponham a aumentar as suas propostas de ações voluntárias, porque este é o caminho que já foi decidido antes da COP do Peru. São contribuições voluntárias. Sabe-se que a soma das indicadas até agora é insuficiente para garantir que fiquemos abaixo de 2 graus Celsius de temperatura aumentada. Como nós gostaríamos de ficar em 1,5 graus Celsius, uma das cosias é que haja, por pressões e diálogos na COP, um desejo dos países de ver, com mais generosidade, onde podem avançar nestas medidas. Esta é uma expectativa que pode avançar, pode ter algum sucesso. A segunda é que se consiga, de fato, que haja algum mecanismo de observação e controle da eficácia destas medidas prometidas, porque se ficar só a partir dos próprios países é muito arriscado. Então, é preciso que se conquiste, a nível internacional, e particularmente da ONU, a possibilidade de todo tempo acompanhar as ações implementadas – fala-se de a cada cinco anos, mas o melhor seria a cada três – uma verificação, com a possibilidade de aumentos (de melhoria), como também de cobrança daqueles países que não estiverem realizando o que se comprometeram. Isto é o que se pode esperar em termos de possibilidade concreta”.
“O desejável é que houvesse, de fato, um acordo em que todos se cobram, uns dos outros, e que haja uma eficácia maior para responder ao terrível desafio por ações humanas e particularmente pelas ações promovidas pelo sistema de produção de tipo capitalista, para que nós possamos enfrentar o aquecimento e as mudanças climáticas e a vida toda, particularmente a vida humana, tenha melhores condições em nosso planeta”.
Por Rádio Vaticano