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25/01/2016O Papa Francisco rezou o oração mariana do Angelus deste domingo (24/01), com os fiéis e peregrinos que se encontravam na Praça São Pedro, não obstante o frio.
Na alocução que precedeu a oração, o pontífice disse que o evangelista Lucas, antes de apresentar o discurso programático de Jesus, em Nazaré, resume brevemente sua atividade evangelizadora.
Mestre diferente
“É uma atividade que Ele cumpre com a força do Espírito Santo: a sua palavra é original, porque revela o sentido das Escrituras; é uma palavra que tem autoridade, porque manda até mesmo nos espíritos impuros e eles obedecem. Jesus é diferente dos mestres de seu tempo. Não abriu uma escola para o estudo da Lei, mas pregava e ensinava em todo lugar: nas sinagogas, nas ruas e nas casas. Jesus é diferente também de João Batista que proclama o juízo iminente de Deus, enquanto Jesus anuncia o seu perdão de Pai.”
O Papa convidou os fiéis a entrarem na Sinagoga de Nazaré. “O que acontece é um fato importante que delineia a missão de Jesus. Ele se levanta para ler a Sagrada Escritura. Abre o Livro do Profeta Isaías e encontra a passagem onde está escrito: ‘O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção, para anunciar a Boa Nova aos pobres’. A seguir, depois de um momento de silêncio cheio de expectativa, diz, diante da perplexidade geral: ‘Hoje se cumpriu essa passagem da Escritura, que vocês acabaram de ouvir’”.
Cristão e missionário é a mesma coisa
“Evangelizar os pobres: esta é a missão de Jesus; esta é também a missão da Igreja, e de todo batizado na Igreja. Ser cristão e ser missionário é a mesma coisa. Anunciar o Evangelho com a palavra e, primeiramente, com a vida, é a finalidade principal da comunidade cristã e de todo seu membro. Observa-se que Jesus dirige a Boa Nova a todos, sem excluir ninguém, aliás, privilegia os que estão distantes, os sofredores, os doentes, os descartados pela sociedade.”
A seguir, Francisco perguntou: O que significa evangelizar os pobres? “Significa se aproximar deles, servi-los, libertá-los de sua opressão e tudo isso no nome e com o Espírito de Cristo, porque é Ele o Evangelho de Deus, é Ele a Misericórdia de Deus, é Ele a libertação de Deus, é Ele que se fez pobre para nos enriquecer com a sua pobreza. O texto de Isaías, reforçado por pequenas adaptações introduzidas por Jesus, indica que o anúncio messiânico do Reino de Deus que veio ao nosso meio, se dirige de forma preferencial aos marginalizados, prisioneiros e oprimidos.”
Evangelho, não política
“Provavelmente no tempo de Jesus estas pessoas não estavam no centro da comunidade de fé. E nos perguntamos: hoje, em nossas comunidades paroquiais, nas associações e nos movimentos, somos fieis ao programa de Jesus? A evangelização dos pobres, levar-lhes a Boa Nova, é a prioridade? Atenção: não se trata de prestar assistência social e muito menos de atividade política. Trata-se de oferecer a força do Evangelho de Deus que converte os corações, cura novamente as feridas, transforma as relações humanas e sociais segundo a lógica do amor. Os pobres, de fato, estão no centro do Evangelho.”
O Papa Francisco concluiu sua alocução pedindo à Virgem Maria, “Mãe dos evangelizadores, para que nos ajude a sentir com vigor a fome e a sede do Evangelho que existem no mundo, especialmente no coração e na carne dos pobres. Que ela ajude cada um de nós e toda comunidade cristã a testemunhar concretamente a misericórdia, a grande misericórdia, que Cristo nos doou”.
Após a oração mariana do Angelus, o Santo Padre saudou e pediu aos peregrinos provenientes da Itália e outras partes do mundo para que rezem por ele.
Por News.va