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22/03/2016Em 21 de março de 10 anos atrás nascia o Twitter, uma das redes sociais mais populares que hoje conta com meio bilhão de inscritos no mundo. Entre as contas mais populares está a do Papa Francisco, @Pontifex, que superou os 27 milhões de seguidores.
A Rádio Vaticano entrevistou a professora Chiara Giaccardi, docente de sociologia e antropologia da mídia da Universidade Católica de Milão, sobre a importância das redes sociais e o papel que a Igreja pode ter nesses novos ambientes digitais.
Prof. Chiara – Para mim foi realmente emblemático o desembarque – e é também significativo esse termo que diz de um ambiente desconhecido que se antropiza, de qualquer maneira – de Bento XVI no Twitter, porque foi um pouco um emblema de um gesto muito corajoso que também teve um preço pra pagar, porque no momento em que se abre uma porta de interação, é claro que entra um pouco de tudo. Mas, essa coragem, esse entender que as maravilhosas invenções são imprescindíveis na relação com o mundo: essa foi uma intuição que realmente fez bem à Igreja, mas sobretudo fez bem à mídia.
RV – Papa Bento precisamente abriu a conta twitter@Pontifex três anos atrás, uma coleção de testemunhos de sucesso que agora é Francisco quem já está no Instagram. Qual é a contribuição que o Pontífice, Francisco, está dando aos habitantes do continente digital?
Prof. Chiara – Eu acredito que seja uma hereditariedade que recebeu de Bento XVI que na sua mensagem pela 47ª Jornada das Comunicações, dedicada exatamente às redes sociais, tinha colocado como ponto que ficou imprescindível o não dualismo entre os espaços existenciais materiais e aqueles digitais, dizendo claramente que as redes não são mundos paralelos ou virtuais, mas parte da realidade quotidiana de tantas pessoas. E essa foi realmente uma afirmação central, um ponto de não retorno na reflexão sobre o papel desses espaços digitais. Eu diria que o Papa Francisco recebeu essa hereditariedade e a relançou em uma maneira realmente muito eficaz.
RV – Segundo a senhora, em que modo se expressa essa eficácia da presença do Papa nas redes sociais?
Prof. Chiara – Faz nos ver o que significa habitar esses espaços, que não quer dizer usar as redes sociais como pequenos púlpitos de onde poder esbravejar: de fato, alguns sacerdotes usam as redes assim e isso realmente dá uma impressão que destoa um pouco, porque não é esse o modo de habitar nesses territórios. Enquanto, ao contrário, os tuítes, inclusive do Papa, do “Pontifex”, é uma voz que repercute, que humaniza um ambiente e que repercute também além dos círculos das pessoas que frequentam a Igreja. Muitos dos seus tuítes são simplesmente “rezem por mim”, por exemplo, então, um pedido de proximidade; ou, afirmações que se referem à terra, ao bem comum, coisas que podem ser compartilhadas também por pessoas que talvez por outros motivos estão longe. Esse criar pontes, esse convergir em direção a objetivos que são de todos, que não são movidos contra aqueles dos outros: essa acredito que seja uma presença realmente incisiva, realmente fundamental e realmente capaz, então, de superar aqueles muros que depois criam desumanidade no final, que empobrecem o nosso ambiente cultural e também aquele social.
Por Rádio Vaticano