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22/06/2016Papa: “Não tenham medo de tocar o pobre e o excluído”
22/06/2016O Santo Padre Francisco, respondendo às perguntas que lhe fizeram na sua visita à Vila Nazaré, neste domingo, 19 de junho, destacou que na sua vida teve crises de fé, também sendo Papa, e que a tentação é um risco que deve transformar-se em uma oportunidade. Significa que não se fica preso à margem, mas se aventura mar adentro. Depois desta pergunta que lhe fizeram, uma das sete do encontro, o Papa disse: “Você está me perguntando algo muito pessoa, hein? E eu tenho que escolher se respondo a verdade ou se faço uma novela bonita e basta”, destacou.
E após responder a primeira parte da pergunta sobre o martírio das comunidades cristãs no Oriente Médio, e do martírio diário de quem quer ser fiel à sua vocação, entrou nesta parte da resposta.
Sorrindo e com tom de brincadeira o Santo Padre disse: “É uma pergunta descarada! e repetiu a pergunta: “Você já teve alguma crise de fé? Esta é uma pergunta feita ao Papa!, têm coragem, hein? repetiu. Onde e como encontrou coragem de retomar, de não cansar-se e de seguir adiante no seu mandato de leigo e de consagrado hoje?”
“Tantas vezes – confiou Francisco – encontro-me em crise com a fé. Algumas vezes até mesmo tive a cara-de-pau de repreender a Jesus: “mas por que permite tudo isso?” e também de duvidar”. Ademais da tentação: “Mas, isso será a verdade ou será um sonho?”, tentação que volta sendo “criança, seminarista, sacerdote, bispo e Papa”, disse.
“Mas como o mundo continua assim, se você deu a sua vida? Não será um sonho, um pretexto para tranquilizar-se?” é a insídia que se repete e o Santo Padre explica que “a um cristão que não tenha sentido isso alguma vez, ou que a fé não tenha entrado em crise, lhe falta algo, é um cristão acomodado com um pouco de mundanidade e assim segue adiante na vida”.
“Me disseram, porque eu não conheço o idioma chinês, com as línguas tenho muita dificuldade como podem ver… Me disseram que a palavra ‘crise’ em chinês de faz com dois ideogramas: um é o do risco e o outro o da oportunidade”.
“É verdade, entra-se em crise, como quando Jesus disse a Pedro que o diabo o colocaria em crise como se faz com o grão. E tantas vezes o diabo, a vida, o próximo, nos fazem pular como o grão. Existe um perigo no sentido mal, mas é uma oportunidade”, disse.
“O cristão — destacou o pontífice – e isso eu aprendi, não têm que ter medo de entrar em crise, é um sinal de que segue adiante, que não está preso à margem do rio ou do mar, que se lança ao mar aberto e segue adiante”.
Acrescentou, além do mais, que estão “as incoerências e a crise do próprio pecado que nos envergonha tanto”. E pensou como fazer para não cansar-se: “É uma graça e deve ser pedida ao Senhor: Senhor, que não me canse. Dai-me a graça da paciência, de seguir adiante, de esperar que venha a paz!
Por Zenit