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07/07/2016Arcebispos e bispos de 23 dioceses do Brasil encontraram-se, na segunda-feira, 04, no Centro de Formação Sagrada Família [foto], no bairro Ipiranga, para partilhar experiências a partir de problemas sociais enfrentados nas grandes cidades. Entre os temas abordados pelos bispos, ganharam destaque as questões do mundo da educação, dos imigrantes e refugiados e da população em situação de rua.
Em matéria publicada pelo jornal “O São Paulo”, o arcebispo de São Paulo, cardeal Odilo Pedro Scherer explicou que o momento se propôs a partilhar, de modo informal, as “questões desafiadoras e encaminhamentos pastorais nas grandes metrópoles, que têm muita coisa em comum, a fim de melhor conhecer tais desafios e encontrar possíveis encaminhamentos”.
Um desses encaminhamentos pastorais apontados pelo cardeal foi tratado pelo bispo auxiliar da arquidiocese de São Paulo e vigário episcopal para a Educação e a Universidade, dom Carlos Lema Garcia. Ele falou aos prelados sobre a educação católica, em especial, a atuação do Vicariato e das iniciativas realizadas na arquidiocese.
O bispo ressaltou, ainda, a necessidade de “relançar a identidade católica, assumir como próprias as conquistas científicas e sociais. Por exemplo, a dignidade da pessoa humana; o respeito pela vida desde a concepção à morte natural; a família como célula da sociedade; doutrina social e ecologia”.
Já o arcebispo de Campinas (SP), dom Airton José dos Santos, demonstrou preocupação com a terceirização do ensino católico. Para ele, é preciso que as escolas que nascem católicas tenham cuidado para não deixar, com o passar dos anos e o envelhecimento da Congregação que a fundou, que a identidade católica da instituição se perca.
Migrantes e povos de rua
No encontro, os padres Júlio Lancellotti, vigário episcopal para o Povo da Rua; Marcelo Matias Monge, diretor da Cáritas Arquidiocesana de São Paulo; e Paolo Parise, diretor do Centro de Estudos Migratórios apresentaram a realidade da população em situação de rua e falaram sobre a acolhida realizada aos migrantes e refugiados, em São Paulo.
Padre Júlio, por exemplo, explicou aos bispos sobre a necessidade de um censo nacional que seja feito pelo IBGE, para que se saiba o número real de pessoas que estão nas ruas dos municípios, a fim de direcionar políticas públicas específicas. “Por meio do interesse desses bispos, podemos ter o resgate da condição humana e não ficar sempre no ‘penduricalho’, mas ter um resgate humano dessa pessoa”, afirmou.
Ainda de acordo com ele, a conversa com os bispos mostrou a necessidade de uma melhor articulação do trabalho realizado pela Igreja para a população em situação de rua. “É preciso entender que essas pessoas que vivem na rua não são as causas, são os efeitos, e a Igreja tem que ir ao encontro das causas também e não só dos efeitos”, finalizou.
Olimpíadas
O arcebispo do Rio de Janeiro, cardeal João Orani Tempesta, falou sobre as iniciativas desenvolvidas em prol do maior evento esportivo do mundo, que ocorrerá no Brasil, a partir de agosto. Dom Orani citou, entre outros projetos, os 100 dias de Paz. “Essa proposta nos faz pensar que é possível que nações antagônicas estejam juntas no mesmo refeitório, no mesmo lugar de hospedagem e no mesmo campo de disputa, sem brigas, apenas vivendo o esporte. É possível trabalharmos juntos buscando a paz”, disse.
Congresso Eucarístico
Outro assunto em pauta foi o XVII Congresso Eucarístico Nacional que acontecerá em Belém, também no mês de agosto, com o tema “Eucaristia e partilha na Amazônia missionária”. O arcebispo de Belém, dom Alberto Taveira, disse que o evento vem sendo preparado desde 2010 e falou da importância da região. “Quando vivemos na Amazônia, vemos o quanto a região tem a oferecer ao País e à Igreja”, disse.
Por CNBB, jornal “O São Paulo”