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13/07/2016Após denunciar que as negociações de Paz entre Israel e Palestina correm o risco de fracassar, e reiterar que a Santa Sé apoia a solução de Dois Estados, o Observador Permanente do vaticano na ONU em Nova Iorque, Arcebispo Bernardito Auza, afirmou que é preciso que as religiões e os fiéis tenham consciência de seu papel no processo de paz, sem resultado há 50 anos.
“Décadas de negociações fracassaram para a criação do Estado da Palestina. O tempo há muito se esgotou para colocar um fim ao conflito, que se tornou cada vez mais inaceitável e se torna cada vez mais intratável”, denunciou o arcebispo em um debate no Conselho de Segurança sobre a situação no Oriente Médio, nesta terça-feira, 12.
“A paz duradoura vai permanecer um sonho distante e a segurança permanecerá uma ilusão se Israel e Palestina não concordarem em existir lado a lado, reconciliados e soberanos, com fronteiras mutuamente concordadas e internacionalmente reconhecidas”, advertiu Dom Auza, para então exortar o Conselho de Segurança:
“Permitamos que os Dois Estados sejam criados agora, pela causa dos israelenses e palestinos que, no fundo de seus corações, desejam nada mais que a paz e a segurança”.
Além da diplomacia
O Observador afirmou ainda que a paz não depende somente de negociações formais solenes e condenou aqueles que perpetram a violência em nome de Deus.
“Quanto mais a religião é manipulada para justificar atos de terror e violência, mais os líderes religiosos devem se engajar na luta para derrotar a violência que tenta sequestrá-la para propósitos antiéticos à sua natureza”, afirmou.
Neste ponto, Dom Auza precisou: “Religiões e fiéis, em particular, devem provar o valor de seu papel fundamental no processo de pacificação da região. Ambos devem colocar fim a qualquer forma de ódio mútuo que poderia dar credibilidade a um ‘choque de civilizações’”.
O Arcebispo recordou que o Oriente Médio, por ser o lugar de nascimento das três principais religiões monoteístas, é também um solo fértil para uma outra diplomacia.
“O fervor religioso apócrifo deve ser combatido pela autêntica instrução religiosa e pelo exemplo de verdadeiras comunidades de fé. Somente assim, aquela ‘diplomacia informal’ baseada na fé poderá frutuosamente complementar a diplomacia formal dos Estados”, concluiu o Observador.
Por Canção Nova, com Rádio Vaticano