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29/08/2016“Quando nos colocamos diante de Deus nesta dimensão de humildade, então Deus nos exalta, se inclina para nós, para elevar-nos para Ele”.
O Evangelho proposto pela liturgia do dia ofereceu ao Papa Francisco a oportunidade para refletir sobre a humildade, explicando que Jesus “nos faz entender a necessidade de escolher o último lugar”, isto é, de procurar as coisas pequenas.
A pressa dos convidados em escolher os primeiros lugares à mesa. “Uma cena que vimos tantas vezes: buscar o melhor lugar, mesmo com os cotovelos”, observa Pontífice, ao iniciar sua reflexão diante da multidão reunida na Praça São Pedro.
A cena narrada no Evangelho de Lucas, oferece duas indicações: uma relativa ao lugar e a outra à recompensa.
“Não ocupes o primeiro lugar. Pode ser que tenha sido convidado alguém mais importante do que tu, e o dono da casa, que convidou os dois, venha te dizer: ‘Dá o lugar a ele’. Então tu ficarás envergonhado e irás ocupar o último lugar”.
Com esta recomendação, Jesus não pretende dar regras de comportamento social, mas uma lição sobre o valor da humildade, explica o Papa.
“A história ensina que o orgulho, o carreirismo, a vaidade, a ostentação são a causa de muitos males. E Jesus nos faz entender a necessidade de escolher o último lugar, isto é, de procurar a pequenez e escondimento: a humildade. Quando nos colocamos diante de Deus nesta dimensão de humildade, então Deus nos exalta, se inclina para nós, para elevar-nos para ele.”
A recompensa é a vida eterna
As palavras de Jesus enfatizam atitudes completamente diferentes e opostas: a atitude de quem escolhe o próprio lugar e a atitude de quem deixa que Deus o indique e espera dele a recompensa, observou.
“Não esqueçamos disto: Deus paga muito mais do que os homens! Ele nos dá um lugar muito mais bonito do que nos dão os homens! O lugar que nos dá Deus está perto de seu coração e a sua recompensa é a vida eterna. ‘Você será abençoado’, disse Jesus, você receberá a sua recompensa na ressurreição dos justos”, afirma o Santo Padre.
A nossa hospitalidade, deve ser caracterizada por uma atitude desinteressada, o que pode ser comprovado ao se convidar os pobres, os aleijados, os mancos, e os cegos, porque estes não têm como retribuir. A sua recompensa virá na ressurreição dos justos.
“Trata-se de escolher a gratuidade em vez do cálculo oportunista que tenta obter uma recompensa, que busca o interesse e que busca enriquecer-se mais. De fato, os pobres, os simples, os que não contam, eles não poderão nunca retribuir um convite para a refeição”.
Preferência pelos pobres e excluídos
Desta forma Jesus demonstra a sua preferência pelos pobres e excluídos, que são os privilegiados do Reino de Deus, e lança a mensagem fundamental do Evangelho que é servir o próximo por amor de Deus.
“Hoje Jesus se faz voz dos que não tem voz e dirige a cada um de nós um forte apelo para abrir o coração e fazer nossos os sofrimentos e as ansiedades dos pobres, dos famintos, dos marginalizados, dos refugiados, dos derrotados pela vida, daqueles que são descartados pela sociedade e pela arrogância dos mais fortes. E estes descartados representam na realidade a maior parte da população.”
Então o Pontífice agradeceu aos voluntários que trabalham nos refeitórios, verdadeiras academias de caridade que difundem a cultura da gratuidade, oferecendo seus serviços, dando de comer a pessoas sozinhas, carentes, desempregadas ou sem uma moradia fixa.
“Eles são motivados pelo amor de Deus e iluminados pela sabedoria do Evangelho. Assim, o serviço aos irmãos torna-se um testemunho de amor, que torna crível e visível do amor de Cristo”.
Por Canção Nova, com Rádio Vaticano