Santa Inês de Montepulciano
20/04/2018Encontro: Uma tarde com Maria Auxiliadora. Participe!
20/04/2018Nesta quinta-feira, 19 de abril, os bispos do Brasil reuniram-se para a última coletiva desta 56º Assembleia Geral da CNBB, o presidente e o vice-presidente da conferência, Cardeal Sérgio da Rocha, Arcebispo de Brasília e Dom Murilo Krieger, Arcebispo de Salvador, juntamente com o Arcebispo de Porto Alegre, Dom Jaime Spengler receberam os jornalistas para fazer um balanço da assembleia e manifestar duas mensagens importantes que tratam de eleições e da mensagem ao Povo de Deus.
Dom Sérgio esclareceu que a assembleia não existe apenas para produzir textos, mas quer, em primeiro lugar, ser encontro, ser um lugar de convivência fraterna. “É um espaço de colegialidade episcopal e para cada vez melhor orientar a missão da Igreja”, afirma.
Ele detalhou que os novos estatutos foram aprovados, mas agora seguem para apreciação eaprovação da Santa Sé. Do mesmo modo, a eleição para delegados e suplentes para o Sínodo que tratará da juventude também necessita de aprovação antes da divulgação dos nomes.
Na coletiva, Dom Murilo leu a Mensagem da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil ao Povo de Deus que menciona um tempo de politização e polarizações que geram polêmicas pelas redes sociais e atingem a CNBB. “Queremos promover o diálogo respeitoso, que estimule e faça crescer a nossa comunhão na fé, pois, só permanecendo unidos em Cristo podemos experimentar a alegria de ser discípulos missionários”, proferiu Dom Murilo durante a leitura.
A mensagem também citou que em sua missão evangelizadora, a CNBB vem servindo à sociedade brasileira, pautando sua atuação pelo Evangelho e pelo Magistério, particularmente pela Doutrina Social da Igreja.
Também ressaltou que a CNBB não se identifica com nenhuma ideologia ou partido político e que polêmicas levam a erros nocivos: por um lado, transformar o cristianismo numa espécie de ONG, sem levar em conta a graça e a união interior com Cristo; por outro, viver entregue ao intimismo, suspeitando do compromisso social dos outros e considerando-o superficial e mundano (cf. Gaudete et Exsultate, n. 100-101).
O texto ainda diz que ao assumir posicionamentos pastorais em questões sociais, econômicas e políticas, a CNBB o faz por exigência do Evangelho. “A Igreja reivindica sempre a liberdade, a que tem direito, para pronunciar o seu juízo moral acerca das realidades sociais, sempre que os direitos fundamentais da pessoa, o bem comum ou a salvação humana o exigirem (cf. Gaudium et Spes, 76)”.
Outro ponto forte da mensagem é quando é explicado que a Conferência Episcopal, como instituição colegiada, não pode ser responsabilizada por palavras ou ações isoladas que não estejam em sintonia com a fé da Igreja, sua liturgia e doutrina social, mesmo quando realizadas por eclesiásticos.
Eleições 2018, compromisso e esperança
Um dos documentos mais esperados da 56ª Assembleia Geral da CNBB foi a mensagem sobre as eleições que trouxe uma opinião sobre os atuais cenários de corrupção. “Nem mesmo os avanços em seu combate (da corrupção) conseguem convencer a todos de que a corrupção será definitivamente erradicada. Cresce, por isso, na população, um perigoso descrédito com a política”, diz trecho.
Aspectos como, a perda de direitos e de conquistas sociais, resultado de uma economia que submete a política aos interesses do mercado, a importância das eleições para que o Brasil reafirme a normalidade democrática, supere a crise institucional vigente, garanta a independência e a autonomia dos três poderes, para que se restabeleçam a confiança e a esperança tão abaladas do povo brasileiro também foram questões abordadas.
Dentro disso a CNBB indica compromissos aos próprios eleitores, como, por exemplo, não abrir mão de princípios éticos e fazer valer a Lei da Ficha Limpa. “É fundamental, portanto, conhecer e avaliar as propostas e a vida dos candidatos, procurando identificar com clareza os interesses”
Fake news
A CNBB deu o alerta ao cuidado com as fake news, já presentes nesse período pré-eleitoral, com tendência a se proliferarem, em ocasião das eleições, causando graves prejuízos à democracia.
Tema central
O Documento que identifica o tema central da assembleia e trata sobre a formação dos presbíteros também será encaminhado a Santa Sé. Segundo Dom Jaime, os tempos mudam e as exigências se transformam e para isso é necessário rever as transformações.
Os Bispos do Brasil tentaram produzir um material que atendesse as diferentes realidades do país, marcado por distâncias físicas e culturais, desde os grandes centros urbanos, as realidades litorâneas, o mundo rural, os indígenas, a cultura sertaneja, os pampas, ou seja, situações diversas. “O texto contempla a realidade dos seminários e a formação inicial, mas também a formação continuada e permanente. Cada diocese é convidada a fazer um planejamento”, explicou Dom Jaime.
Por A12