A santidade só acontece quando amamos Deus verdadeiramente
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10/01/2019
As vítimas dos conflitos no Oriente Médio, o esforço dos países da região para acolher os refugiados e o necessário compromisso para que os cristãos voltem às suas comunidades de origem são os temas mais evidenciados pelo Papa Francisco no seu discurso ao Corpo diplomático junto à Santa Sé.
Cristãos atingidos pela instabilidade no Oriente Médio
O Papa fez um apelo à comunidade internacional para que ajude a encontrar uma solução política para o conflito sírio, e manifestou sua gratidão “à Jordânia e ao Líbano, que acolheram, com espírito fraterno e não poucos sacrifícios, numerosos grupos de pessoas” e evidenciou que “entre as pessoas afetadas pela instabilidade que, há tantos anos, envolve o Oriente Médio estão especialmente os cristãos, que habitam aquelas terras desde o tempo dos Apóstolos, tendo contribuído ao longo dos séculos para edificar e forjar a sua identidade”.
Fazer todo o possível para a volta dos cristãos
Por este motivo o Papa encorajou os que buscaram refúgio em outros lugares “a fazer o possível para retornar às suas casas e, em todo o caso, a conservar e fortalecer os laços com as comunidades de origem”. Enfim o Pontífice falou do conflito e múltiplos interesses contrapostos que aconteceu no decorrer destes anos e da tentativa de interpor inimizade entre muçulmanos e cristãos.
Síria entre esperanças e incógnitas
As palavras do Papa, que chama à responsabilidade tanto os governos regionais como toda a comunidade internacional, chegam enquanto na Síria, várias regiões lentamente tentam voltar à normalidade depois da derrota do Estado Islâmico e o anúncio da retirada das tropas estadunidenses feito pelo presidente Trump antes do Natal. Porém, o futuro ainda é incerto e cheio de incógnitas, a guerra continua em algumas províncias controladas pelos rebeldes e em muitas cidades ainda não começou a reconstrução.
Mais de 5 milhões de refugiados na região
O conflito que começou em 2011 levou ao deslocamento de cerca da metade dos 23 milhões de sírios: 5,6 milhões de refugiados, hoje moram em outros países, muitos desses nos países vizinhos (Turquia, Líbano, Jordânia, Egito e Iraque). Pode-se dizer que há sinais de esperança, segundo o exército russo cerca de 114 mil refugiados sírios foram repatriados em 2018, e segundo a ONU estima-se que em 2019 poderão voltar às suas casas 250 mil sírios, número que poderia subir dependendo das futuras condições.
Diminui a presença cristã
Segundo o último relatório da Fundação Pontifícia “Ajuda à Igreja que Sofre”, as comunidades cristãs tiveram um grande redimensionamento por causa das guerras e das perseguições dos últimos 20 anos. No Iraque, antes da guerra de 2003 havia mais de um milhão de cristãos, atualmente conta-se entre 200 e 250 mil. Em Gaza a presença cristã foi reduzida a 100 fiéis com relação aos 4.500 dos anos 90. Os dados da Catholic Near East Welfare Association indicam que na Síria a população cristã entre 2010 e 2017 diminuiu pela metade, passando de 2,2 milhões a 1,1 milhão.
O esforço do Líbano
Um dos países que mais receberam refugiados foi o Líbano, onde se encontra a maior comunidade cristã do Oriente Médio. Padre Gregório Sasseen, pároco de Miehwmieh, no Líbano explica aos Vatican News que seu país pagou um preço muito alto por ter acolhido 2 milhões de refugiados e que a comunidade internacional deve ajudar estas pessoas a voltarem para suas terras.
Padre Gregório: as religiões devem ensinar a convivência
Padre Gregório ficou muito entusiasmado com o discurso do Papa particularmente quando o Pontífice pede para “dar voz aos que não tem voz”. A nossa voz como cristãos do Oriente Médio é a que diz não apenas “ajudem-nos” materialmente, mas como homens que querem viver nas suas terras “com dignidade”. Padre Gregório faz um apelo aos expoentes de outras religiões para viverem em paz compartilhando o amor, mas também os recursos econômicos. Por isso pede que os ensinamentos religiosos dados aos fiéis das várias religiões ensinem a valorizar a convivência em nome da fraternidade. “Se isso não muda as minorias continuarão… a partir daqui”.
Via Vatican News