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No último dia 6 de fevereiro a Arquidiocese da Paraíba publicou um decreto interno que normatiza a conduta do clero em relação a menores de idade e pessoas vulneráveis, o qual, segundo o Vigário Geral, Pe. Luiz de Souza e Silva Júnior, traz orientações que já eram transmitidas aos padres durante sua formação.
Trata-se de um documento interno com 12 artigos, assinado pelo Arcebispo, Dom Frei Manoel Delson Pedreira da Cruz, que vazou à imprensa no último fim de semana. Em declarações a ACI Digital, o Vigário Geral da Paraíba explicou que, “como há outros decretos internos sobre outros temas, também foi publicado este que normatiza as condutas dos clérigos com relação ao trato de menores e pessoas com vulnerabilidades”.
“Essas orientações e cuidados, na verdade devem existir em toda instituição que lide com menores e vulneráveis”, assinalou.
Segundo Pe. Luiz Júnior, “basicamente, o decreto orienta a que não acolham menores sem seus pais ou responsáveis, nem pessoas com vulnerabilidade em suas residências, automóveis”.
Além disso, em casos de confissões, o Vigário Geral explicou que a orientação é a de que “sejam feitas em locais que permitam a visibilidade, a fim de preservar a imagem do menor, da pessoa com vulnerabilidade, do padre e da instituição de possíveis comentários posteriores”.
“São orientações que sempre foram dadas aqui pela Igreja aos seus padres durante a formação, mas que foram reforçadas neste decreto”, ressaltou o sacerdote.
De acordo com Pe. Luiz Júnior, a publicação deste decreto já estava sendo estudada desde o ano passado pelo setor jurídico da Arquidiocese, sob o olhar do Arcebispo, Dom Manoel Delson. Entretanto, “veio o fim do ano e, em janeiro, o Arcebispo teve alguns dias de férias. Somente agora em 6 de fevereiro houve a primeira oportunidade quando aconteceu a primeira reunião do clero”.
“Sabemos que o Papa Francisco sempre dá orientações para o cuidado com os menores e é isso o que buscamos fazer”, assinalou o Vigário Geral.
A respeito do encontro sobre “A proteção dos menores na Igreja”, que acontecerá no Vaticano de 21 a 24 de fevereiro deste ano, com a presença dos presidentes das conferências episcopais de todo o mundo, Pe. Luiz indicou que, “assim como toda a sociedade, a Arquidiocese também está atenta ao que virá desta reunião e sabemos da sensibilidade do Papa Francisco e da atenção especial que tem dado a este tema, ao cuidado dos menores”.
“Nós também devemos ter esses cuidados”, completou.
Acusações contra sacerdotes da Paraíba
No último dia 20 de janeiro, o programa ‘Fantástico’, da Rede Globo de Televisão, exibiu uma reportagem na qual denuncia que a Arquidiocese da Paraíba foi condenada pela Justiça do Trabalho a pagar uma indenização de R$ 12 milhões por exploração sexual.
Em um recente vídeo, publicado em 1º de fevereiro, Dom Manoel Delson informou que “a Arquidiocese está fazendo a sua parte” no que diz respeito a tais casos.
O Arcebispo assinalou que “existe o procedimento canônico iniciado com a suspensão de ordem dos padres que foram investigados pelo Ministério Público Estadual, em processo já arquivado”.
Segundo ele, “o procedimento canônico está em fase de conclusão pelo Tribunal Eclesiástico do Regional Nordeste 2” da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). “Esperamos a conclusão dos pareceres dos juízes eclesiásticos para enviá-los à Congregação para a Doutrina da Fé”.
Dom Delson sublinhou ainda que “toda nova denúncia obedecerá aos mesmos trâmites legais previstos na orientação da Igreja”.
Além disso, expressou repúdio a “todo e qualquer ato que atente contra a dignidade humana, sobretudo, quando se trata dos mais vulneráveis”.
Via ACI Digital