SF 2019 – (2ª Feira) Família e Iniciação a Vida Cristã
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14/08/2019
Com uma história de mais de 45 anos junto aos povos indígenas e no fortalecimento da ação missionária, o Conselho Indigenista Missionário é um organismo vinculado à CNBB no Brasil. Em várias regiões do país, são mais de 400 leigos e religiosos que atuam pelo direito à diversidade cultural indígena. A missionária Edna Margarida Pitarelli, por exemplo, há 20 anos no Cimi, faz um trabalho criterioso junto a essas realidades.
“Primeiramente, a gente tenta escutar a aldeia: ver o que eles pensam, o que eles sentem, quais os problemas que eles estão enfrentando. E, a partir do momento em que eles começam a relacionar os problemas, a gente trabalha o que a lei garante a eles, os direitos indígenas. A gente também explica como funciona o Estado brasileiro para que eles saibam onde eles devem reclamar os seus direitos. Isso porque, antes, por falta de conhecimento, eles iam até o prefeito, ficavam sem rumo diante de autoridades que não podiam resolver. Então, através de oficinas sobre direitos indígenas, eles começam a entender para onde devem ir, quais os caminhos certos para saber com quem devem reclamar. E, a partir do momento em que tomam conhecimento, eles começam a se empoderar, a se unir e a ver outras coisas que antes não viam.”
A força do Evangelho nas comunidades indígenas
No interior do Amazonas, em Autazes, encontramos Ir. Luzinete de Araújo Silva, da Congregação das Irmãs de Nossa Senhora do Calvário, que também atua no Cimi – e na Prelazia de Borba – e, particularmente, junto ao povo Mura. A missionária acredita na força do Evangelho para ajudar as vidas ameaçadas.
“ Eu sinto que, no dia a dia acompanhando, conhecendo melhor e estando dentro da equipe, eu vejo que o Cimi assume o Evangelho encarnado porque é o cuidado com a vida, e a vida ameaçada daqueles que não têm ninguém por eles ou que são vistos apenas com um olhar de preconceito. Vejo que o Cimi realmente faz um trabalho de evangelização no sentido real da palavra porque evangelizar é cuidar da vida, colocar a vida no centro. E, as atividades, embora não sejam assim diretamente evangelizadoras, sacramentalistas ou pastoralistas, têm no centro delas o cuidado com a vida ameaçada. ”
O reconhecimento que virá do Sínodo
Essa realidade da Igreja na região Amazônica será tema de reflexão também no Vaticano, durante o Sínodo dos Bispos de outubro. Segundo a Ir. Luzinete, a assembleia ajuda a fortalecer um jeito se ser Igreja na Amazônia que já existe:
“A minha maior esperança é já ver o Sínodo acontecendo: nos pequenos lugares onde fomos trabalhando, nas rodas de conversa onde chegou a proposta – o documento de estudo. E ver as comunidades sentando, discutindo e pensando um novo jeito de ser Igreja na Amazônia. Um novo jeito que eu não vejo que vá nascer com o Sínodo, mas já está acontecendo, o Sínodo até pode trazer e reconhecer isso. Então, a esperança é essa de ver as comunidades se dando conta de que nós, a Amazônia, somos uma realidade particular, e a Igreja assumir isso levando em conta a cultura, o diferente aqui da Amazônia.”
“Vejo o Sínodo como esse momento de a gente olhar para a Amazônia e dizer: ‘tem uma cultura diferente e a Igreja está lá e precisa assumir o jeito de ser da Amazônia’. Como nas palavras da professora Márcia Oliveira de ‘amazonizar o mundo’, e não o contrário.”
Via Vatican News