O Papa na Casa Santa Marta: rezar pelos governantes, eles farão o mesmo pelo povo
16/09/201912º Encontro Nacional de Arquitetura e Arte Sacra bate recorde no número de inscrições
16/09/2019
Há trinta anos caia o muro de Berlim, terminava uma “lacerante divisão do continente que tinha causado tanto sofrimento”. Hoje, nas duas primeiras décadas do século XXI, novas guerras, novos muros e novas barreiras estão dilapidando esse “dom de Deus que é paz”: palavras do Papa Francisco que chegam a Madri; a acolhê-las, líderes das grandes religiões mundiais junto com representantes do mundo das instituições e da cultura. A todos aqueles que se encontram na Espanha para falar da “Paz sem Fronteiras”, o Papa envia mensagens e recomendações importantes: “É sempre necessário rezar e dialogar na perspectiva da paz: os frutos virão! Foi a oração pela paz que favoreceu a queda do muro, explica Francisco, e que a paz deve ser “continuamente incrementada de geração em geração através do diálogo, do encontro e da negociação”.
Fechamentos e separações destroem o mundo
Hoje, continua o Papa, “é insensato, na perspectiva do bem dos povos e do mundo, fechar os espaços, separar os povos, opor-se uns aos outros, negar a hospitalidade aos necessitados e às suas famílias”, porque assim “o mundo fica despedaçado, usando a mesma violência com a qual se arruína o ambiente e se danifica a casa comum, que pede, ao invés, amor, cuidado, respeito, assim como a humanidade invoca paz e fraternidade”.
A casa comum tem as portas abertas. A paz não tem fronteiras
A casa comum precisa de portas abertas para se comunicar e se encontrar, e não suporta muros que separam ou que contrastam aqueles que ali vivem. Essa casa comum – escreve o Papa – precisa de portas abertas que ajudem a “cooperar para viver juntos em paz, respeitando as diversidades e estreitando laços de responsabilidade”. A paz, destaca Francisco, “não tem fronteiras”. Sempre, sem exceções”.
O Documento sobre a Fraternidade Humana, um passo importante para a paz
Em Madri, a oração, como de tradição, “ocupa o lugar principal e decisivo”, une “num sentimento comum, sem qualquer confusão”. Próximos mas não confusos”, especifica Francisco na mensagem, “porque o desejo de paz é comum, na variedade das experiências e das tradições religiosas”. “A oração pela paz, neste tempo marcado por demasiados conflitos e violências, une-nos ainda mais, para além das diferenças, no nosso comum compromisso por um mundo mais fraterno”. E precisamente porque “a fraternidade entre os crentes, além de ser uma barreira às inimizades e às guerras, é um fermento de fraternidade entre os povos”, Francisco cita o “Documento sobre a Fraternidade humana para a paz mundial e a convivência comum”, assinado em fevereiro passado em Abu Dhabi por ele mesmo e pelo Grande Imã de Al-Azhar. “Um passo importante – escreve ainda – no caminho para a paz mundial”. Um texto que será o fio condutor do encontro de Madri, porque – recorda o Papa – a todos os crentes diz que “as religiões nunca incitam à guerra e não solicitam sentimentos de ódio, de hostilidade, de extremismo, nem convidam à violência ou ao derramamento de sangue”.
Unidos e próximos para gritar que a paz não tem fronteiras
Estamos vivendo “um momento sério para o mundo”, conclui o Papa, que pede a todos que se unam e se aproximem “para gritar que a paz não tem fronteiras, não tem fronteiras”. É dos corações que “devemos erradicar as fronteiras que dividem e se opõem”. E é nos corações que devem ser semeados os sentimentos de paz e de fraternidade”.
Via Vatican News