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A prevenção e o diagnóstico precoce continuam sendo as formas mais seguras de combate ao HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana). A AIDS ainda é um grande desafio para a sociedade. Por isso, neste 1º de dezembro – Dia Mundial de Luta contra a Aids, a Pastoral da AIDS, vinculada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), retoma a campanha “Cuide bem de você e de todos que você ama” de 2014, que teve o padre Fábio de Melo como garoto propaganda.
A ideia continua sendo a disseminação de informações no maior número de canais de informação disponíveis em todo o Brasil. Para isso, a Pastoral da Aids, com seus agentes e o trabalho junto à comunidade e unidades de saúde, realizará atividades de conscientização para a necessidade da testagem de HIV em seus espaços de atuação.
O bispo de Goiás (GO) e referencial da Pastoral, dom Eugênio Rixen, destaca o trabalho que vem sendo feito ao longo de 20 anos em quase metade das dioceses brasileiras. “Essa pastoral procura levar vida. A exemplo de Jesus que disse ‘Eu vim para que todos tenham vida em abundância’. Por isso, é muito importante fazer o teste precoce. Quanto mais rápido a pessoa sabe que contraiu o vírus HIV mais fácil é o tratamento. É possível viver bem com o HIV “, diz o bispo.
Segundo a pastoral, 2019 marca a entrada na última década da meta 90-90-90 assumida pelo Brasil, perante a Organização das Nações Unidas (ONU). A meta prevê que, até 2020, 90% de todas as pessoas vivendo com HIV saibam que têm o vírus; 90% das pessoas diagnosticadas com HIV recebam terapia antirretroviral; e 90% das pessoas recebendo tratamento possuam carga viral indetectável e não mais possam transmitir o vírus.
Dados do relatório Communities at the centre (Comunidades no centro, na tradução livre para o português), divulgado pela UNAIDS no Brasil este ano, mostram que as populações-chave— pessoas que usam drogas injetáveis, homens gays e outros homens que fazem sexo com homens, transexuais, profissionais do sexo e pessoas privadas de liberdade e seus parceiros sexuais representam agora mais da metade (54%) das novas infecções por HIV no mundo. Em 2018, essas populações-chave representaram cerca de 95% das novas infecções por HIV na Europa Oriental e Central e no Oriente Médio e Norte da África.
Este ano, os agentes da pastoral vão focar em dois grandes objetivos: sensibilizar a população para buscar o diagnóstico precoce para o HIV, procurando um serviço de saúde para realizar o teste anti-HIV, mesmo sem ter sinal ou sintoma de doença e acompanhar e apoiar as pessoas que se descobrem com HIV na realização do tratamento, pois quanto mais cedo a pessoa inicia o tratamento menos possibilidades de desenvolver a Aids.
Segundo dom Eugênio Rixen, a pastoral trabalha em duas frentes: o acompanhamento dos soropositivos e campanhas de prevenção.
“A gente sabe que quem se infecta, normalmente quando percebe, quando toma conhecimento disso, passa por uma crise muito forte de desespero. Então, procuramos acompanhar os soropositivos mostrando que é possível viver e ter uma vida digna mesmo vivendo com o vírus HIV. O segundo ponto é trabalhar para que esse vírus não se espalhe, através de atitudes responsáveis, de uma vida digna e procurando levar, então, esperança e vida em lugar de morte e desespero”, destacou.
No Brasil, as pessoas que vivem com o HIV recebem o tratamento gratuito pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A Pastoral da Aids defende que as políticas em HIV, aprovadas em 1990, se fortalecem por meio do fortalecimento do SUS.
Dados
De acordo com o Programa das Nações Unidas sobre o HIV (Unaids), em 2019, há 37,9 milhões de pessoas infectadas com o vírus no mundo, dos quais 23,3 milhões têm acesso à terapia antirretroviral. Do total de infectados no mundo, 36,2 milhões são adultos e 1,7 milhão são crianças e jovens com menos de 15 anos.
No Brasil, o último Boletim Epidemiológico da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, divulgado em 2018, mostra que, entre 2007 e 2018, foram notificados, pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), 247.795 casos de Aids (68,6% em homens e 31,4% em mulheres). O Brasil teve uma média de 40 mil novos casos da doença nos últimos cinco anos, com maior concentração nas regiões Sudeste e Sul.
Tratamento do HIV como prevenção
É comprovado cientificamente que o tratamento da pessoa que vive com HIV leva o vírus a ficar indetectável no sangue, bem como no sêmen. O vírus fica confinado em certos órgãos considerados santuários do HIV no nosso corpo, porém não circula na corrente sanguínea. Por isso, a pessoas com HIV deve ser prontamente oferecida a terapia antirretroviral. Com ela, além da pessoa sentir-se mais disposta, com mais apetite, há aumento na expectativa de vida e a pessoa não transmite o HIV.
Via CNBB