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Nesta ano, a festa mariana mais antiga do Brasil completará 450 anos; trata-se da Festa de Nossa Senhora da Penha, que acontece em Vila Velha (ES) e anualmente atrai milhões de devotos da Virgem.
Segundo recorda o site do Convento da Penha, em 1570, Frei Pedro Palácios (fundador do convento) realizou a primeira Festa da Penha, poucos dias antes de falecer. O frade espanhol encomendou uma imagem de Nossa Senhora das Alegrias, a qual ainda se encontra no Santuário, e convidou as pessoas para fazer a bênção, sendo a primeira festa da Penha.
A devoção inicial, explica o site do Convento, era a Nossa Senhora das Alegrias, também conhecida como Nossa Senhora dos Prazeres. Porém, “com a construção da ermida (capela) sobre o penhasco, passou-se a denominar Nossa Senhora da Penha a imagem do Altar Mor, título proveniente de penhasco (pedra), referindo-se primitivamente mais ao lugar do que a uma virtude da vida de Nossa Senhora”.
Nossa Senhora da Penha foi proclamada padroeira do estado do Espírito Santo através da Bula Papal do Papa Urbano VIII, em 23 de março de 1630, a qual, segundo consta, “só foi confirmada em 26 de janeiro de 1908 após o resultado de um plebiscito realizado em todas as paróquias do Estado”, sendo o bispo responsável na época Dom Fernando de Souza Monteiro.
Por fim, “a aprovação do Vaticano, após escolha dos fiéis, ocorreu em 27 de novembro de 1912, pelo Cardeal Martinelli”, o qual recordou que “desde os tempos mais remotos os fiéis cristãos da Diocese do Espírito Santo acompanham com grande carinho o exercício da devoção à Santíssima Virgem Mãe de Deus, sob o título popular — da Penha, cuja imagem, pintada num quadro de madeira, foi primeiramente exposta à veneração pública no ano de 1558 e, em seguida, colocada no templo sobre um alto monte (situado à entrada do porto de Vitória), generosamente construído e dedicado à Imaculada Mãe de Deus, sob o título da Penha da Cidade da Vitória, que é a sede episcopal da célebre Diocese”.
“Por motivo dessa insigne piedade, como a Diocese do Espírito Santo ainda não gozasse de um celeste Patrono, o clero e o povo relembraram o decreto de Urbano VIII, de 23 de março de 1630, escolhendo a Santíssima Virgem Maria, sob o título da Penha, como sua principal protetora junto a Deus e apelam, com suplicantes votos, para que o Reverendíssimo. Sr. Dom Fernando de Souza Monteiro, Bispo do Espírito Santo, consiga essa confirmação apostólica, sendo deste modo exposta ao abaixo assinado — Cardeal Prefeito da Sagrada Congregação dos Ritos (que), por sua autoridade constituiu e declarou a Santíssima Virgem Maria, sob o título popular – da Penha, principal Padroeira de toda a Diocese do Espírito Santo, no Brasil, com todos os privilégios e honras atribuídos à mesma Padroeira, que competem, por direito, aos principais patronos”, acrescentou o Cardeal.
Com o passar dos anos, a festa da Penha passou a atrair cada vez mais fiéis e hoje já é a maior festa mariana do Espírito Santo e a terceira maior do Brasil, reunindo cerca de 2,5 milhões de pessoas, como na última edição de 2019.
“Há 450 anos chegou a nossas terras a devoção à Nossa Senhora das Alegrias, também conhecida como Nossa Senhora da Penha. A cada edição a festa em honra à padroeira dos capixabas ganha mais devotos para além dos limites do território do Estado, com uma extensa e variada programação e inúmeras romarias. Hoje somos a maior festa religiosa do Espírito Santo e uma das maiores do país”, afirma o guardião do Convento da Penha, Frei Paulo Pereira.
“São séculos de fé e a devoção do povo à Nossa Senhora, que vela por nós do alto da montanha”, destaca Frei Pereira, para quem, “tudo isso reforça ainda mais a importância da presença da Igreja e do seu papel na evangelização, e em especial dos franciscanos, trazendo os valores da fé, da ética cristã e da cultura local”.
Neste ano, a Festa da Penha acontecerá de 12 a 20 de abril, com programação que inclui missas, apresentações culturais, romarias.
O tema desta 450ª edição é “Todas as gerações me chamarão bem-aventurada” (Lc 1,48). O canto profético de Maria no Magnificat prefigura o carinho e a devoção pela Virgem que marcou e marca todos aqueles que a celebraram nestes 450 anos de tradição.
De acordo com os organizadores, o tema escolhido para a festa traz implícitos dois sentidos: tantos séculos de devoção a Maria e a perseverança do povo capixaba e dos frades que atuaram e atuam no Convento, cultivando esta devoção que perpassa muitas gerações.
Para marcar os 450 anos da festa, foi criado um selo comemorativo, que remete ao Santo Rosário, fiel companheiro das preces e caminhadas dos devotos e que representa a união, fé e devoção dos capixabas.
Via ACI Digital