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Uma devoção que nasceu do Coração de Jesus. Desejada e instituída por Ele, a Festa da Misericórdia, celebrada no primeiro domingo após a Páscoa, tornou-se oficial em 2000, quando João Paulo II a incluiu no calendário litúrgico universal. Muito antes de ser oficializada na Igreja, no entanto, a Misericórdia já era celebrada no coração de uma jovem, que teve sua vida transformada a partir do encontro com Jesus Misericordioso.
Polonesa, de família de camponeses, Faustina entrou para o convento quando tinha 20 anos de idade. Ainda jovem, ela fez a experiência com a bondade de Deus, quando, em um baile, foi surpreendida pela voz de Jesus que a chamava para ser inteira d’Ele.
O próprio Jesus indicou que ela deveria seguir para Cracóvia, onde entrou para o convento Nossa Senhora da Misericórdia. Caminhos traçados pelo Amor de Jesus, que quis manifestar ao mundo a Sua face misericordiosa. “Desejo que todo o mundo conheça a minha Misericórdia” (Diário de Santa Faustina, 687).
No convento, começaram as revelações de Jesus à jovem freira. Logo cedo, o diretor espiritual de Irmã Faustina a pediu que escrevesse tudo em um diário. Entre os muitos diálogos de Jesus com Faustina, um se destaca: Ele aparece a ela com uma mão erguida e a outra mostrando o coração, de onde saiam raios vermelhos e brancos. Dizia: “Pinta uma imagem de acordo com o modelo que vês com a inscrição embaixo: Jesus, eu confio em Vós! Desejo que essa imagem seja venerada, primeiro, na vossa capela, e depois no mundo inteiro”.
Devotos da Divina Misericórdia
Tantas outras revelações indicaram a forma de viver a devoção à Divina Misericórdia e apresentaram ao mundo o desejo do Coração de Deus por não perder uma só alma, nem a mais pecadora. O quadro se tornou uma expressão visível do amor insondável de Deus pelo Seu povo. Venerá-Lo está entre as orientações deixadas para viver bem a devoção, mas não é a única.
O terço da Misericórdia, às três horas da tarde, a novena e outras práticas fazem parte da dinâmica de encontro com a bondade de Deus. O ápice da devoção está no primeiro domingo após a grande celebração da Páscoa. O próprio Jesus indicou este dia, e sobre ele explicou como deveria ser celebrado: “Neste dia, estão abertas as entranhas da minha Misericórdia. Derramo todo um mar de graças sobre as almas que se aproximam da fonte da Minha Misericórdia. A alma que se confessar e comungar alcançará o perdão das penas e culpas.”
Novas faces da misericórdia
Na mensagem de Jesus à Santa Faustina, Ele demonstra o desejo de tornar o Seu Amor conhecido. Mas essa face amorosa de Cristo, tantas vezes distorcida pelo mundo, ainda hoje precisa ser descoberta.
Papa Francisco, em inúmeros discursos, homilias e catequeses, traz essa verdade do coração de um Deus que não cansa de perdoar, que está à espera dos filhos.
Alessandro Gissotti, jornalista da Rádio Vaticana, convive, diariamente, com as palavras de Francisco. Ele afirma sempre se impressionar com a sensibilidade do Papa, com a capacidade que ele tem de ver a necessidade do mundo e se compadecer. O jornalista destaca ainda mais aquilo que Francisco comunica não com palavras, mas com seu silêncio. “Os gestos do Papa falam da misericórdia de Deus. Por várias vezes, o veem em silêncio, mas agindo com tanto amor. Ao tocar um doente, beijar uma criança, acolher as pessoas. São gestos que revelam o Amor de Deus”, afirmou. E ao mesmo tempo que Francisco apresenta essa face de Deus, pede ao mundo que também seja assim: “Deus usa de tanta misericórdia conosco. Aprendamos também nós, a usar de misericórdia com os outros, especialmente com aqueles que mais sofrem”.
Santuário Mundial da Divina Misericórdia Cracóvia, Polônia
A igreja foi construída no mesmo local em que viveu Irmã Faustina. A dedicação do Santuário Mundial foi, em 2002, por João Paulo II. O local tem a imagem de Jesus Misericordioso pintada, em 1944, e o túmulo de Santa Faustina. O Santuário já recebeu a visita também de Bento XVI, e foi visitado pelo Papa Francisco, em 2016, durante a Jornada Mundial da Juventude. Por ano, mais de dois milhões de peregrinos visitam o local.
Igreja Espírito Santo em Sassia, Roma, Itália
Em 1994, a Igreja foi instituída, no pontificado de João Paulo II, como Centro de Espiritualidade da Divina Misericórdia. No dia 23 de abril de 1995, João Paulo II celebrou, pela primeira vez, a Festa da Divina Misericórdia neste Santuário, mesmo antes da sua instituição no calendário. Na ocasião, o Papa abençoou a imagem de Jesus Misericordioso. O local abriga também relíquia de João Paulo II e de Santa Faustina.
Por Lízia Costa – Jornalista – Comunidade Canção Nova, via Canção Nova