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04/12/2015O Papa Francisco participou, na manhã desta sexta-feira, 04, na Capela Redemptoris Mater, no Vaticano, da primeira pregação deste Advento do Padre capuchinho Raniero Cantalamessa.
Durante este tempo litúrgico, o pregador oficial da Casa Pontifícia propõe ao Papa e aos seus colaboradores da Cúria Romana algumas meditações durante as sextas-feiras, que precedem o Natal. Este ano, o capuchinho dedica sua série de três reflexões ao tema “Cristo, Luz dos Povos”: uma releitura cristológica da Lumen gentium”.
Lumen gentium
Por ocasião do 50° aniversário da conclusão do Concílio Vaticano II, Cantalamessa destaca o grande evento conciliar, partindo de um dos seus quatro principais Documentos: a Constituição sobre a Igreja (Lumen Gentium).
Os textos de espiritualidade estão no centro das reflexões.
Cristo, Luz dos povos
O tema “Cristo, Luz dos povos” faz referência explícita à Igreja e é a chave para interpretar toda a eclesiologia do Concílio Vaticano II.
Trata-se de uma eclesiologia cristológica, e, portanto, espiritual e mística, antes que social e institucional; é uma relação semelhante àquela entre o corpo e a alma que lhe dá vida. Ambos são inseparáveis e necessários, em vista de uma evangelização mais eficaz. De fato, não se aceita Cristo por amor a Igreja, mas a Igreja por amor a Cristo.
Igreja: corpo e esposa de Cristo
A alma e o conteúdo cristológico da Lumen Gentium são representados pela Igreja como a Esposa e o Corpo de Cristo. Por conseguinte, o Corpo de Cristo é a Eucaristia. Esta visão é a que mais aproxima a eclesiologia católica da eclesiologia eucarística da Igreja Ortodoxa: “Sem a Igreja e sem a Eucaristia, Cristo não teria corpo no mundo”. Isto se realiza por meio dos Sacramentos, especialmente do Batismo e da Eucaristia.
Segundo a eclesiologia conciliar, o encontro pessoal com Jesus dá-se mediante os Sacramentos.
Por isso, no final da sua meditação, o Padre Raniero Cantalamessa destacou, mais uma vez, o aspecto espiritual e existencial do encontro pessoal com Jesus, não tanto como personagem, mas como pessoa, não de alguém do qual se fala, mas de alguém “a quem e com quem” se pode falar, por ter ressuscitado e estar vivo. Não se trata apenas de uma memória, mas de uma presença.
“Não se aceita Cristo por amor à Igreja, mas se aceita a Igreja por amor a Cristo”, destacou Cantalamessa.
Para encerrar, o capuchinho fez uma exortação. “Procuremos amar a Cristo e fazê-lo amado, assim prestamos o melhor serviço à Igreja. Se a Igreja é a esposa de Cristo, como toda esposa, ela gera novos filhos unindo-se por amor ao seu Esposo. A fecundidade da Igreja depende do seu amor por Cristo”.
Por Canção Nova, com Rádio Vaticano