São Pascásio
26/04/2018Dar fruto
26/04/2018A notícia é oficial: a Cáritas fará parte do grupo que apoia a campanha do “Global catholic climate movement”, que promove a redução dos investimentos financeiros em combustíveis fósseis, como o petróleo, carvão e gás natural. Por ocasião do Dia da Terra 2018, uniram-se ao grupo também bancos alemães com um balanço de 7,5 bilhões de euros, indústrias luxemburguesas, dioceses e empresas italianas como a Salerno. Um fenômeno em aumento e que atualmente conta com 650 organizações em todo o mundo, cada vez mais convencidas de que os combustíveis fósseis, além de danificar e poluir o ambiente, atualmente não são mais convenientes.
Fenômeno em crescimento
“Recentemente – explica o prof. Alessandro Marangoni, professor da Universidade Bocconi na Itália e especializado em estratégias financeiras em setores energéticos e ambientais – o Banco Geral italiano anunciou a redução de 2 bilhões de euros em investimentos no carvão; no fundo soberano Norueguês – e a Noruega é o primeiro produtor europeu de óleo – e tem a previsão de diminuir mais de 35 bilhões de dólares em óleo e gás; e o próprio centro mundial financeiro de Nova York anunciou que haverá uma sensível redução de investimentos nestes setores”.
As mudanças climáticas
De fato, as fontes energéticas tradicionais são as principais responsáveis pelo aquecimento global, ou seja, as mudanças climáticas que causam dramáticas variações em muitas regiões do mundo, como a progressiva desertificação da faixa subsaariana (Sahel), ou o derretimento das geleiras, ou as alterações dos ciclos sazonais. Fenômeno que atinge em primeiro lugar as populações ligadas à agricultura e tem várias consequências como a superpopulação das cidades, a chegada de novas ondas migratórias e o aparecimento de carestias imprevistas.
Os pobres ao centro
Tratam-se de temáticas colocadas no centro da encíclica de Papa Francisco Laudato si’ que, não a caso, deu mais um impulso à iniciativa, como explica o cardeal filipino Luis Antonio Tagle, presidente da Cáritas Internacional. “Os pobres – acrescenta o cardeal – sofrem muito por causa da crise climática e os combustíveis fósseis são os principais motores desta injustiça. Por isso, a Cáritas Internacional decidiu não investir mais nestas formas de energia. Encorajamos as nossas organizações associadas e outros grupos e instituições da Igreja a fazerem o mesmo”.
Investir em energia renovável
A alternativa aos combustíveis fósseis, muito poluidores, são as energias renováveis – prossegue o economista Marangoni – garantindo que hoje “com a transição energética, pode-se constatar um surpreendente alinhamento entre objetivos de tipo econômico e objetivos tipo ético e social, porque a redução dos custos das tecnologias renováveis diante dos benefícios sociais e ambientais das fontes de energia tradicional cada vez mais caras, leva os operadores financeiros – como se sabe, mais motivados por conveniências econômicas do que éticas – na direção dos investimentos com maiores consequências sociais”.
Por Vatican News