430 anos da dedicação da igreja do Santuário de Anchieta
17/08/2020Vem Dom Bosco Sonhador!!!
17/08/2020
Em 1972, diante de toda perseguição e crise em que a Igreja vivia após o Concílio Vaticano II, São Paulo VI declarou que “de alguma fenda a fumaça de satanás entrou no templo de Deus”, e seguiu explicando: “Há dúvida, incerteza, problemática, inquietação, insatisfação, confronto… Não confiamos mais na Igreja; confiamos no primeiro profeta profano que vem falar conosco de algum jornal ou de algum movimento social para persegui-lo e perguntar se ele tem a fórmula da vida real”1. São Paulo VI denunciava uma crise de referencial. A Igreja que, desde o dia em que “nasceu do lado aberto de Cristo”2 foi mãe para a humanidade, agora, era deixada de lado, era abandonada, era desprezada por pagãos e pelos seus próprios filhos.
Hoje não é diferente. Também estamos em um tempo em que buscamos referenciais, mas, se esses forem buscados em lugares errados, seremos muito mais manipulados do que conduzidos à Verdade, como sempre foi o papel de Cristo e de sua Igreja.
Qual é a sua referência?
O mundo atual carece de referência e qualquer nova oportunidade pode tornar-se um bem ou um mal. O cuidado com os meios se encontra em quem tem domínio de si e não em quem segue “qualquer vento de doutrina” (Ef 4, 14), em quem acredita na mentira mais esfarrapada e sem fundamento que lhe contem. É preciso urgentemente voltar a desenvolver no coração do filho de Deus, que nasceu nas águas do batismo, o domínio nas paixões e o discernimento. Atualmente, qualquer um que tenha um perfil nas redes sociais pode encontrar nelas um referencial, um “digital influencer”, e isso não é em tudo ruim, o perigo se encontra em fazer das nossas referencias os nossos ídolos, o nosso “Baal” do mundo moderno. E, na era digital, qualquer pessoa pode se tornar um falso messias!
A grande referência de quem é cristão deve ser a Doutrina da Igreja! Tudo deve ser passado pelo crivo da fé; e tudo que a extrapola ou a abandona pode ser um perigo grande demais para quem não tem maturidade de enfrentar. A Igreja com a sua Doutrina sempre foi a “Lumen Gentium”3, a luz dos povos, e hoje não pode ser diferente.
A quem você está seguindo? Quem te conduz? Para onde te conduz?
Referências:
1 Homilia do dia 29 de junho de 1972.
2 Enciclica Haurietis Aquas, nº 39.
3 Documento do Concílio Vaticano II sobre a Igreja.
Por Renné Santos de Sena Viana, via Canção Nova