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09/08/2016A capital da Colômbia, Bogotá, receberá o terceiro Encontro Latino-Americano da Rede Igrejas e Mineração. O evento contará com a presença de religiosos, agentes de pastoral, movimentos sociais e líderes de comunidades afetadas pelos grandes projetos de mineração no continente. De 2 a 6 de setembro, os representantes de 12 países “escutarão os clamores das comunidades afetadas pela mineração; refletirão e analisarão sobre as causas e consequências dos conflitos na América-Latina; aprofundarão aspetos “ecoteológicos”; e definirão estratégias para o cuidado e defensa da Casa Comum.
O membro e articulador da Rede Igrejas e Mineração, padre Dário Bossi, missionário comboniano, explica que o encontro fortalece o trabalho colaborativo e participativo dos membros da Rede com as Igrejas que estão comprometidas no “cuidado da casa comum”, como indica a encíclica Laudato Si’, do papa Francisco. “A experiência nos mostra que estes encontros fortalecem a mística, a resistência e a procura de alternativas das comunidades que, nos mais diversos territórios, sofrem graves violações de seus direitos socioambientais e, em muitos casos, são até criminalizados por defender a vida”, afirma.
Participarão do encontro 45 lideranças que poderão intensificar a articulação com outras instâncias eclesiais. Durante os cinco dias do evento, os presentes terão reuniões com os responsáveis do Conselho Episcopal Latino-americano (Celam) e do Conselho Latino-americano de Igrejas (Clai). “É importante, que os nossos bispos e pastores sejam cada vez mais sensíveis no apoio às pequenas comunidades impactadas pela lógica dos grandes projetos. O desenvolvimento que prometem as empresas mineiras, aliadas aos Estados nacionais, não favorece a vida dos pobres”, considera padre Bossi.
O padre comboniano explica que a Rede Igrejas e Mineração é um espaço ecumênico, formado por comunidades cristãs da América Latina, equipes pastorais, congregações religiosas, grupos de reflexão teológica, leigas, leigos, bispos e pastores que buscam responder aos desafios dos impactos e violações dos direitos socioambientais provocados pelas atividades mineras nos territórios. “Une-nos e nos inspira fé e esperança no Deus criador da vida e da mãe natureza, um Deus que nos convoca a construir um mundo onde toda a pessoa viva com dignidade dos filhos e filhas de Deus, em perfeita harmonia com toda a criação”, ressalta.
A Rede nasceu em 2013 com o propósito de “empoderar” as comunidades afetadas pela mineração; aprofundar e divulgar uma teologia e espiritualidade ecológica; comunicar as violações provocadas pela megamineração, a resistência das comunidades afetadas, assim como suas propostas e alternativas orientadas ao bem-viver; dialogar com as Igrejas, em todos seus níveis hierárquicos, para incidir nas suas ações em defensa das comunidades e territórios afetados pela mineração.
Por CNBB