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Pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope), por encomenda do Instituto Pró-Livro, revelou diversos dados a respeito dos hábitos de leitura do brasileiro. E a conclusão é que o Brasil ainda é um país de poucos leitores.
Segundo a pesquisa, intitulada Retratos da Leitura no Brasil, que ouviu 5.012 pessoas, os brasileiros leem 4,96 livros por ano ― sendo, deste total, 0,94 indicados pela escola e 2,88 lidos pela própria vontade. “A família tem um papel fundamental no despertar pela leitura e pelo livro. E, infelizmente, o perfil da família brasileira não é o de uma família leitora”, avalia Zoara Failla, coordenadora da pesquisa.
Segundo a apuração, é leitor aquele que leu, seja inteiro ou em partes, pelo menos um livro nos últimos três meses. Não leitor é aquele que não leu nenhum livro nos últimos três meses, mesmo que tenha lido nos últimos doze meses. Fatores como educação e renda são alguns dos principais empecilhos que se colocam contra o brasileiro na hora de ler mais.
Para a coordenadora da pesquisa, o prazer pela leitura deve ser desenvolvido desde a mais tenra idade. Assim, quando mais velhas, entenderão que passar parte do seu dia lendo pode ser uma atividade de deleite e satisfação.
Leitura digital
Ler no papel ou no meio digital, de acordo com Zoara, não influencia na quantidade de livros lidos. Conhecido como eBook (abreviação em inglês para eletronic book ou livro eletrônico), trata-se ainda de uma forma de leitura pouco utilizada pelo brasileiro, como aponta a pesquisa (5%). “Primeiro você tem que gostar de ler, gostar de se entreter com narrativas, personagens, é isto que motiva o leitor, não tanto o suporte. O suporte digital, em minha opinião, facilita o acesso. Dentro de um computador, por exemplo, você carrega uma biblioteca”, diz. “Mas antes, de mais nada, você precisa gostar de ler”, adverte.
Os países de primeiro mundo leem, em média, dez livros por ano. Para Zoara, esta seria a média que o brasileiro deveria estar inserido para ser considerado um bom leitor. “Teríamos que, pelo menos, triplicar o número de livros que lemos para chegarmos mais próximos dos países desenvolvidos”, pondera.
Não só a quantidade deve ser um fator a ser levado em conta, mas também a qualidade. De acordo com coordenadora da pesquisa, os especialistas dividem a literatura em arte e entretenimento, sendo a primeira mais bem construída. “A literatura arte traz uma narrativa mais criativa, que constrói personagens num contexto diferente, ao passo que a literatura de entretenimento não se preocupa com uma linguagem mais rica, por exemplo. Elas têm a mesma receita. Clássicos são bons porque são atemporais, são histórias construídas com inteligência”, detalha Zoara.
Mulheres leem mais
Um dado apontado pela pesquisa é que as mulheres ainda leem mais: 59% das entrevistadas são leitoras. O perfil educacional feminino é o responsável por isto. Segundo a coordenadora da pesquisa, as mulheres têm mais nível superior do que os homens, fator decisivo para esta diferença.
“Quem tem nível superior, como sabemos, lê mais. Mas há outros fatores, como o próprio interesse delas em ficção e narrativa. Vemos, sobretudo entre os homens que estão no mercado de trabalho, que eles preferem livros mais profissionais, uma leitura que agrega valor à sua profissão, enquanto as mulheres preferem romances e ficção”, detalha a Zoara.
Outro detalhe apontado pela pesquisa é que a Bíblia é o livro mais lido em quaisquer níveis de escolaridade ― “mas principalmente entre os adultos e com menos instrução”, ressalta Zoara.
Por Canção Nova