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03/12/2015Os mais carentes, sem-teto, enfermos e migrantes, foram os hóspedes de honra da tarde de terça-feira, no Vaticano, aonde assistiram à pré-estreia mundial do filme “Chamem-me Francisco”, a história da vida de Jorge Mario Bergoglio.
A Esmolaria Vaticana distribuiu 7.000 entradas a organizações de caridade que, por sua vez, as distribuíram entre as pessoas assistidas: ‘gente simples’, nas palavras do esmoleiro, Dom Konrad Krajewski, para eles, ‘Don Conrado’.
Foi ele mesmo a receber o público, na Sala Paulo VI: “Bem-vindos à casa, porque esta é a sua casa”, disse.
Durante toda a tarde, milhares fizeram fila para assistir à projeção do filme, dirigido pelo cineasta italiano Daniele Luchetti e que estará em exibição na Itália a partir de quinta-feira (03/12). A projeção foi interrompida diversas vezes pelos aplausos do público, especialmente no momento em que era mostrado o Conclave que elegeu Francisco como o primeiro Pontífice latino-americano.
A película narra a vida de Jorge Mario Bergoglio – um argentino filho de imigrantes italianos que, após renunciar aos estudos científicos, decide tornar-se sacerdote – repassando seu período em Buenos Aires como Provincial dos Jesuítas, após não ter recebido permissão para ser missionário no Japão. O filme recorda ainda os duros anos da ditadura militar que se seguiu ao Golpe de Estado de Jorge Rafael Videla em 1976. O Diretor Luchetti não se esquiva de retratar a ajuda que Bergoglio deu aos perseguidos pelo regime.
O período posterior à ditadura também é mostrado no filme. O Padre Jorge trabalha com os mais pobres para “levar esperança aonde existe desespero”, uma das características que é marca de sua personalidade e que inspira o título do filme: “O Papa das pessoas”.
O filme conclui com imagens de arquivo do histórico 13 de março de 2013, quando Bergoglio assoma à sacada central da Basílica de São Pedro para apresentar-se ao mundo como Francisco.
O ator argentino Rodrígo de la Serna interpreta Bergoglio quando era jovem, um papel que inicialmente lhe causou um pouco de medo, pois “parecia ser um trabalho impossível”. “A primeira reação foi de medo, porque parecia um trabalho impossível. Meus amigos me diziam para cuidar onde ia me meter”, recordou o ator, durante uma conversa com jornalistas. A seu ver, interpretar o Pontífice “é uma responsabilidade muito grande”, aumentada pelo fato de que este personagem “está vivo, está escrevendo a história nos dias de hoje”. “A dimensão espiritual deste homem e tudo o que isto implica é uma quimera, é impossível”, reconheceu o autor.
Também o ator chileno Sergio Hernández, que interpreta o Papa nos tempos recentes, afirmou ter estudado o Pontífice – a quem qualificou de guerreiro – por nove meses. “Foi uma responsabilidade gigantesca, afirmou. Um enorme trabalho interior a partir justamente do ouvi-lo, vê-lo, segui-lo durante um longo tempo, para tratar de fazer como sua uma espiritualidade que ele tem”, observou.
Ao final da projeção, o Vaticano fez a entrega ao público carente de “uma pequena refeição” e o excedente seria distribuído entre os mendigos de rua que não assistiram ao filme, como explicou o Esmoleiro Pontifício.
Por Rádio Vaticano