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14/07/2016Oito mil jovens brasileiros devem viajar à Polônia para participar da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) que acontece de 25 a 31 deste mês. O evento, que terá a presença do Papa Francisco, acontece em Cracóvia, cidade conhecida como centro da devoção à Divina Misericórdia.
A motivação para participar da JMJ ficou por conta das Igrejas locais. Arquidioceses, dioceses e paróquias de todo país, de diversas maneiras, incentivaram seus jovens a fazer essa peregrinação.
Muitos grupos começaram a sonhar e se organizar para a viagem ainda em 2013, quando aconteceu a Jornada Mundial no Rio de Janeiro e foi anunciado que a Polônia seria a sede do próximo encontro. Iniciativas para arrecadar dinheiro como jantares, rifas e venda de doces, foram vistas em muitas paróquias desde então.
Além da organização prática, a preparação espiritual também uniu esses jovens. Muitos deles têm se encontrado para momentos de partilha, Adoração, Missa, terços e reflexões sobre a Divina Misericórdia, que está no centro da proposta desse evento, cujo tema será: “Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia”(Mt 5:7).
Belo Horizonte (MG)
O bispo auxiliar da arquidiocese de Belo Horizonte, Dom João Justino de Medeiros Silva, fez questão de acompanhar um grupo, dos cerca de 300 jovens da arquidiocese, que vai para Cracóvia.
Diante da diversidade desses grupos, já que alguns estão ligados a paróquias e outros a movimentos eclesiais, associações ou congregações, a assessoria de comunicação da arquidiocese criou um hotsite para uni-los.
O bispo explica que essa ferramenta tem sido útil. “Convidamos os jovens a se inscreverem no hotsite. É um modo de entrar em contato e criar comunhão entre eles e também, para dar esse destaque que estão indo como arquidiocese”.
Nesse tempo, eles participaram até de aula de polonês, mas além das questões práticas, também se preparam espiritualmente. No último dia 3 houve vigília de oração e uma Missa de envio.
A atenção de Dom Justino está além da preparação e da participação desses jovens na JMJ, ele espera que os jovens voltem revigorados e ainda mais empenhados com o projeto de evangelização da juventude na arquidiocese. Após a JMJ, eles já têm um encontro marcado: 15 de agosto, durante a peregrinação da juventude no Santuário Nossa Senhora da Piedade.
“Minha motivação é acompanhar os jovens, estar com eles. A experiência da JMJ Rio foi muito rica nesse sentido do contato com a juventude, quero vivê-la novamente agora. Sinto que os jovens querem nossa presença, conversar, nos ouvir, criar comunhão.”
Salvador (BA)
Nas paróquias de Salvador, os jovens promoveram várias iniciativas como eventos e campanhas para arrecadar fundos para a viagem. Houve também uma espécie de “apadrinhamento”, pessoas que ajudaram financeiramente esses jovens. Alguns grupos começaram a se organizar há dois anos e pagaram a viagem pouco a pouco.
Cerca de 50 jovens da arquidiocese vão para Cracóvia acompanhados do bispo auxiliar Dom Gilson Andrade da Silva. Ele explica que a Igreja local esteve atenta em motivar e acompanhar espiritualmente esses grupos.
“Tivemos alguns encontros nos últimos dois anos para falar da JMJ, para prepará-los”, conta Dom Gilson. Uma tarde de Adoração e partilha, no início deste mês, foi o último encontro preparatório. A tecnologia também os uniu, por meio do whatsApp por exemplo, eles se falam diariamente sobre a preparação prática e espiritual.
“É uma alegria poder estar junto com um grupo lá. Esses jovens estão muito motivados para a evangelização da juventude aqui na arquidiocese e já estão pensando na próxima JMJ. Viram que podem ir e levar outros. Essa é uma experiência boa de estar com o Papa, de fazer um encontro com Cristo junto com outros jovens. É motivador, vimos que depois da JMJ Rio o trabalho teve um crescimento expressivo”.
Como muitos jovens gostariam de participar da JMJ mas não puderam ira até a Polônia, a arquidiocese preparou a JMJ live in Salvador. O encontro acontecerá no mesmo período da JMJ em Cracóvia, contará com a transmissão dos eventos centrais, além de Missas, festival da juventude, catequeses e outras atrações.
Rio de Janeiro
A união entre os jovens, a comunhão com o Papa, e a possibilidade de ver como outra cultura vive a mesma fé é o que motiva o assessor da Coordenação de Pastoral da arquidiocese do Rio de Janeiro, Raphael Fritz dos Reis, a ir para JMJ.
“Há dentro da gente a vontade e a esperança de que se perpetue os projetos da JMJ e nós devemos fazer nossa parte e continuar essa união da Igreja e da juventude”.
A arquidiocese criou um grupo oficial que vai acompanhar o Cardeal Orani João Tempesta nesta peregrinação. Raphael explica que 41 pessoas fazem parte desse grupo, mas que outras 200 devem ir e levar o “espírito da jornada 2013” para Cracóvia.
“Cada jovem se programou e juntou dinheiro das mais diversas formas. Os próprios jovens se incentivaram”.
O grupo oficial ficará hospedado em uma das universidades em Cracóvia. Os outros, em paróquias e cidades vizinhas.
São Paulo
Ana Carolina Cruz faz parte da Equipe de Animação do Setor Juventude da Arquidiocese de São Paulo (SEJUSP). Ela conta que o Setor se mobilizou para formar um grupo numeroso de peregrinos que representará a arquidiocese na JMJ. A divulgação foi feita tanto pela internet como por meio de cartazes.
Paróquias, associações, movimentos, e novas comunidades por sua vez, fizeram diversas atividades como rifas e venda de doces e salgados para conseguir fundos que custeassem as despesas dos jovens.
Com isso, o Setor Juventude levará cerca de 100 jovens para a JMJ. Dom Carlos Lema Garcia, bispo referencial para a Juventude na arquidiocese, vai acompanhar o grupo. Além deles, mais ou menos 500 peregrinos, incluindo Movimentos, Novas Comunidades, Grupos Paroquiais e Congregações devem ir a Cracóvia.
“A arquidiocese de São Paulo quer, também, que a Jornada Mundial da Juventude proporcione uma experiência de vida do Evangelho ímpar na vida dos jovens. Que eles vivam intensamente toda espiritualidade divina que a JMJ proporciona. Que eles sejam peregrinos em busca de conhecer e de experimentar as maravilhas que o Senhor reservou para cada um”, explica Ana Carolina.
Os jovens da arquidiocese de SP que participarem do encontro em Cracóvia terão, ao voltar para São Paulo, a oportunidade de levar a experiência da JMJ para outros jovens. “Jovem evangelizando jovem como pede o nosso Santo Padre, Papa Francisco.”
Porto Alegre (RS)
O estudante de Direito, Márcio da Silva Vieira Júnior, 21 anos, vai participar pela primeira vez de uma Jornada Mundial da Juventude. Embora seu grupo seja pequeno, ele e um amigo da Paróquia Santa Cecília de Porto Alegre, a empolgação é grande.
“Estamos super ansiosos e motivados para a viagem. Acreditamos que será um grande passo para o crescimento da nossa fé”. Eles pretendem se unir a algum grupo de outra diocese para viver essa experiência.
Márcio conta que a preparação para a viagem teve ajuda dos familiares e da providência divina.
“Há dois anos, estávamos nos organizando, porém, nos desanimamos com os valores. Os preços das passagens estavam astronômicos! Semanas atrás, eu sonhei com Deus, e nesse sonho Ele me dizia que eu iria para a Jornada. Com isso, eu fui pesquisar os valores e surpreendentemente estavam muito abaixo do comum para a época do ano e para a Europa. Compramos, nos inscrevemos.”
Como forma de se prepararem espiritualmente, os dois jovens fazem adorações semanais ao Santíssimo Sacramento e rezado pelo menos uma dezena diária do santo terço.
Brasília (DF)
Anderson Lisboa Santos, de 24 anos, é estudante de direito e participa da Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Poupeia em Brasília. Para ele, o fato de a JMJ ser na Polônia tem um sentido especial.
“Há um tempo seu sobrinho teve câncer, com 6 meses, conheci a rádio Canção Nova e o terço da misericórdia. Pelo terço alcançamos um milagre da cura. Participei da JMJ Rio para agradecer a Deus. Me tornei devoto de Santa Faustina. Poder experimentar, pisar na terra da misericórdia em que Jesus revelou a mensagem a Santa Faustina é um momento único. Expectativa imensa.”
Da sua paróquia, 6 jovens farão esta peregrinação, mas o grupo do qual ele faz parte tem cerca de 100 pessoas da arquidiocese de Brasília.
“Para conseguir o dinheiro da viagem foram 2 anos de trabalho. Vendemos lanche na paróquia, jantar, bazar, promoção, rifas, barraca em festa junina… e a paróquia divulgava nosso eventos”.
A estudante de medicina, Beatriz Giusti Rocha Borges, de 21 anos, também trabalhou bastante para participar do encontro em Cracóvia. Embora a pouca idade, Beatriz já realizou outras peregrinações. Esta é a terceira edição do evento em que ela participa, já esteve em Madri 2011 e no Rio de Janeiro 2013. O gosto por estar em eventos como esse começou aqui mesmo no Brasil, em uma peregrinação promovida pelo Caminho Neocatecumenal, do qual ela faz parte.
“Foi em Belo Horizonte em 2009, me marcou. Achei que seria simples, mas foi diferente. As palavras que ouvi, ver aquele tanto de jovens alegres, reunidos por um motivo, que era ter um encontro com Cristo, ver que a juventude cristã é alegre, uma alegria diferente, contagiante. Tudo aquilo mexeu comigo e me tocou de uma forma muito profunda, a partir dali ganhei uma motivação para ir para as JMJs.”
Somente do Caminho Neocatecumenal da sua Paróquia, Nossa Senhora da Esperança, vão 105 peregrinos. “É um encontro do movimento, em que eu me coloco a caminho, é uma aventura. Dormir em saco, alojamento, sair de dois em dois para anunciar o amor de Deus… eu queria viver essa aventura porque tem um sentido: Jesus Cristo. Eu queria me encontrar com Jesus Cristo assim”.
Embora Beatriz e Anderson sejam de grupos e paróquias diferentes e tenham motivações diferentes, eles levam para Cracóvia uma intenção comum: a busca de um discernimento vocacional. “Quero discernir minha vocação, eu sinto a expectativa é imensa”, comenta Anderson.
“Por meio dessa peregrinação, posso ter um discernimento marcante da minha vocação. Poder no meu íntimo perguntar: ‘Senhor, o que quer de mim?’”, espera Beatriz.
Por Canção Nova